O deputado Zé Silva (MG) destacou, nesta sexta-feira (20), durante audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS), que a agricultura brasileira é sustentável e precisa mostrar isso ao mundo. O evento foi realizado a pedido do próprio parlamentar para debater propostas que o país levará à Conferência do Clima (COP 26) em novembro, na cidade de Glasgow (Escócia). “O Brasil tem consciência e é capaz de produzir com equilíbrio ambiental. Nosso agro é sustentável e precisa ser reconhecido como tal”, afirmou.
Diretor da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), Zé Silva explicou que propôs o debate para que o Brasil possa ter uma agenda integrada entre o Executivo, o Legislativo, o setor produtivo e os parlamentos de outros países para que sua participação na conferência seja realmente efetiva. “Na COP 25, a anterior a essa, sentimos falta dessa agenda integrada. O mundo está nos acompanhando. Queremos que o Brasil tenha uma posição de destaque no evento e não que seja visto apenas pelas exceções. Nesse sentido é urgente que o Congresso Nacional priorize o debate e a aprovação de leis ambientais. ”.
A audiência contou com a participação de secretários do Ministério da Agricultura e do Meio Ambiente, além de líderes, entidades e associações representativas do setor agropecuário brasileiro. Marco Morato de Oliveira, analista técnico-econômico da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), ressaltou o papel do cooperativismo nas várias frentes organizadas para superar as crises que o país vem atravessando, tanto a climática, como a questão da imagem diante do mundo em relação ao setor agropecuário e o meio ambiente.
“Precisamos mostrar que produzimos com sustentabilidade e nos tornar protagonistas em uma economia neutra de carbono. Com a união entre os poderes, o setor produtivo e a sociedade, focados no discurso e nas ações, temos condições para isso”, declarou. Morato ressaltou também a importância de a cadeia produtiva no Brasil estabelecer como meta o desmatamento ilegal zero, além de valorizar e preservar a biodiversidade.
“Temos que promover a imagem real de sustentabilidade do nosso agro e o seu papel na segurança alimentar para consolidarmos um novo olhar sobre a agricultura brasileira. O Brasil está à frente de inúmeros países e somos referência para o resto do mundo, entretanto, a visão que está sendo propagada não é essa. Temos um ambiente favorável e precisamos promover isso na COP 26”, acrescentou.
Ampliar a relevância e fortalecer a imagem do Brasil perante o mundo também foi a visão passada pelo secretário do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Marcelo Donnini. Segundo ele, o objetivo é “mostrar o Brasil real, que faz acontecer”, além de destacar os acordos que já foram feitos desde a COP 25, em Madri. “Estabelecemos uma agenda com muitos contatos bilaterais com os principais países que concorrem para o avanço da agenda climática”, explicou.
O secretário destacou ainda que o Brasil terá na conferência o maior stand físico já produzido pelo país, além de um estúdio em Brasília, que realizará transmissões diárias dos mais diversos casos de sucesso de políticas associadas ao tema. “É muito relevante ampliar e fortalecer a comunicação com as outras nações e parte desse caminho é mostrar que aqui as coisas dão certo. Isso passa credibilidade”, enfatizou.
Fonte – OCB
Foto – Divulgação