A aquisição segura de alevinos de tambaqui é uma prática essencial para quem pretende investir na criação de peixes em cativeiro. O alevino é a semente da piscicultura. Esta informação faz parte de um curso com nove videoaulas que a Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus,AM), produziu com recursos do projeto Peixe-Pró/ Fundo Amazônia, direcionado a empreendedores desse ramo da aquicultura.Acesse o curso.
Assim como na agricultura, é preciso adquirir ótimas sementes. Na piscicultura também é preciso comprar alevinos de qualidade para que se alcance bons resultados no cultivo. O pesquisador Roger Crescêncio, da Embrapa Amazônia Ocidental, compara os alevinos a sementes, razão pela qual devem ser muito bem escolhidos. Ele explica que o piscicultor, ao iniciar um empreendimento, deve identificar fornecedores idôneos de alevinos, além de observar aparência saudável dos peixinhos e os cuidados no transporte e recria nos viveiros.
Segundo o pesquisador da Embrapa, nem sempre a boa aparência dos alevinos significa boa saúde. Por isso é importante conhecer o trabalho dos fornecedores. “Pois há características que são fundamentais observar e nem sempre está acessível”, comenta. O principal problema é a consaguinidade, ou seja, cruzamento de reprodutores que tenham parentesco, pois os filhotes poderão apresentar crescimento muito lento e até deformidades. Por isso, deve-se evitar a reprodução de peixes que tenham parentesco.
Peixes shipados – Antes de comprar os alevinos, deve-se identificar com muita clareza a qualidade do trabalho do fornecedor. Para evitar o cruzamento entre parentes, os produtores inserem um ship nos animais e na hora da reprodução, passam um leitor que identifica o número do peixe, ou seja, uma espécie de carteira de identidade do animal. Desse jeito se consegue evitar o cruzamento de peixes consanguíneos.
Alguns aspectos podem ser vistos na hora da compra dos alevinos. O ideal é que eles estejam nadando ativamente, sem lesões na pele ou ataques de fungos. Se não apresentarem nada disso, significa que estão com bastante saúde. E na hora que soltar no seu viveiro, eles irão nadar ativamente e se alimentar sem problemas.
Segundo Roger, os principais erros na aquisição de alevinos é adquirir peixes que apresentam grandes variações de tamanho, lesões na pele ou que não estejam nadando ativamente, pois diante desses problemas o produtor poderá ter sérios problemas na criação. Ele também recomenda que o transporte dos alevinos seja feito nos horários mais frescos, com baixa incidência dos raios solares.
O piscicultor Luiz Bonfá, do município de Rio Preto da Eva (AM), aponta como uma das principais etapas a escolha dos alevinos para o sucesso da criação de tambaqui. “É a semente que iremos dar início ao cultivo, por isso não podemos perder tempo com animais doentes e ou fora de padrão”, explica.
Atividade rentável – Produzidas pelos pesquisadores Roger Crescêncio e Cláudio Izel, para atender a demanda da atividade, as aulas abordam os seguintes temas: Construção de viveiros; Qualidade de água; Alevinos; Recria; Manejo; Engorda; Ração e Alimentação; Sanidade; Custo de produção.
Segundo Roger, a produção de tambaqui no Amazonas, já se firmou como uma cadeia produtiva altamente rentável e de grande importância. Entretanto, como toda cultura, deve ser conduzida de forma profissional, utilizando-se as técnicas corretas desde o recebimento dos alevinos até a despesca e comercialização.
E, para que a piscicultura seja uma atividade econômica altamente rentável, é preciso que os piscicultores tenham acesso às informações técnicas de forma prática e eficiente.
As videoaulas foram desenvolvidas com recursos do projeto Transferência de tecnologias para o desenvolvimento da piscicultura no Estado do Amazonas (Peixe-Pró), projeto coordenado pela Embrapa Amazônia Ocidental e financiado pelo Fundo Amazônia.
Entre suas atividades, o projeto Peixe Pró realizou também cursos em municípios amazonenses, sobre Cultivo de Tambaqui em Tanque Escavado, com foco em tecnologias e técnicas de manejo recomendadas pela pesquisa para o desenvolvimento da piscicultura no Amazonas. O Peixe Pró faz parte do conjunto de 19 projetos da Embrapa que formam o Projeto Integrado para a Produção e Manejo Sustentável do Bioma Amazônia, financiado com recursos do Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As ações do projeto Peixe-Pró estão na 6ª edição da Revista do Projeto Integrado da Amazônia, que apresenta as ações da Embrapa na região com o apoio do Fundo Amazônia/BNDES. Para acessar a revista eletrônica, clique aqui. – https://spark.adobe.com/page/svNClp2qIH8UR/
Fonte – Embrapa Amazônia Ocidental
Foto – Divulgação