Um blecaute iniciado às 12h08 desta sexta-feira deixou boa parte de Manaus e municípios da Região Metropolitana sem energia elétrica. O desligamento da linha de transmissão Lechuga–Manaus, integrante do Sistema Interligado Nacional (SIN), interrompeu o fornecimento em bairros da capital, além de Iranduba e Manacapuru.
A falta de energia provocou a parada das estações de tratamento de água do Complexo da Ponta do Ismael, causando desabastecimento em diversas zonas. A concessionária Águas de Manaus acionou caminhões-pipa para garantir o fornecimento emergencial a hospitais e Unidades Básicas de Saúde. O restabelecimento começou por volta das 14h10, com cerca de 98% do fornecimento retomado até o meio da tarde.
Apesar de mais um episódio de rápida recomposição, o caso reacende a preocupação com a recorrência de apagões na capital. Manaus enfrenta há anos quedas de energia que vão de poucas horas a quase um dia, causadas tanto por problemas técnicos quanto por eventos climáticos extremos.
Em 18 de setembro de 2012, um vendaval derrubou objetos sobre a rede e deixou bairros sem luz por mais de quatro horas. Poucos meses depois, em novembro do mesmo ano, outro apagão atingiu quase 1,8 milhão de pessoas, com retorno gradual ao longo da noite. Em julho de 2013, uma falha no sistema de proteção elétrica desligou automaticamente linhas de transmissão, afetando Manaus e cidades vizinhas.
A frequência aumentou nos últimos anos. Entre março e abril de 2025, a cidade registrou três blecautes em menos de um mês:
7 de março – falha na linha Jurupari–Silves, interrupção por até seis horas.
27 de março – desligamento da linha Lechuga–Manaus, afetando bairros em todas as zonas.
2 de abril – falha na linha Jurupari–Oriximiná deixou todo o estado sem energia; religamento só começou 48 minutos depois.
Com a repetição dos eventos, especialistas alertam que a dependência de poucas linhas de transmissão, somada à vulnerabilidade a tempestades e falhas técnicas, torna o sistema elétrico da capital frágil. Até que haja investimentos estruturais, a população seguirá sujeita a novos blecautes — e ao impacto direto na vida cotidiana.
Redação – Coopnews
Foto – Amazonas Energia