Banco Social Mauá se consolida como economia solidária

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Um banco com finalidade social, com moeda própria e características diferentes dos tradicionais. Por mais difícil que possa parecer, esse banco existe e traz muitos benefícios a comunidades como a do Mauazinho e adjacências, na zona Leste, onde funciona o Banco Comunitário Mauá, que quadruplicou o atendimento mensal, saindo de mil, quando foi inaugurado em 2015, para quatro mil este ano.

“Há períodos em que chegamos a atender cerca de 200 pessoas por dia”, explica o coordenador do banco e presidente da Associação Beneficente Social Violeta, responsável pelo banco, Sidemar Rodrigues dos Santos, 54 anos. Os bancos comunitários são serviços financeiros de natureza associativa e comunitária, voltados para a geração de trabalho e renda em áreas carentes e com o objetivo de desenvolver a economia local.

Em 2015, com o princípio da Economia Solidária, o prefeito Arthur Virgílio Neto encampou a ideia e destinou pessoas, imóveis e mobiliários para dar início ao Banco Comunitário, que hoje está consolidado em Manaus. A Secretaria Municipal do Trabalho, Emprego e Desenvolvimento (Semtrad) acompanhou e apoiou o processo.

“Os bancos comunitários se alinham à diretriz da Semtrad de fomentar as redes locais de produção e consumo, apoiando as iniciativas de economia solidária”, explica a secretária da Semtrad, Ananda Carvalho. “Ficamos muito felizes que o projeto, apoiado pelo prefeito Arthur Neto, trouxe tantos resultados que ano passado foi reconhecido como Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil”, finaliza.

O diretor de Economia Solidária, da Semtrad, Virgílio Melo, que esteve desde o início da implantação do Banco Mauá, reconhece o valor da iniciativa para a comunidade. “Antes os moradores tinham de se deslocar para áreas distantes para terem acesso aos serviços bancários. Isso dispendia tempo e dinheiro. Com o banco comunitário, hoje eles têm acesso a diversos serviços dentro da própria comunidade”, conta, ressaltando a seriedade com a qual a Associação Violeta vem administrando o projeto.

Entre os serviços oferecidos estão recarga de cartão Passa Fácil, pagamentos diversos, incluindo recebimentos do Bolsa Família. A credibilidade do Banco Mauá também permitiu que se agregasse outros projetos sociais, como o “Ação Mais 5”, que será mantido pela Petrobras.

Facilidades ao trabalhador

“Foi a melhor coisa que já inventaram aqui no Mauazinho”, festeja o trabalhador autônomo Jamilson Figueiredo Maciel, 55 anos. Morador do bairro desde 1986, ele é um dos grandes defensores do banco comunitário.

“É maravilhoso. Não dá para comparar com os outros: é climatizado, o atendimento é ótimo e super-rápido”, avalia Jamilson, que é casado e tem duas filhas. Para o sustento da família, ele diz que “faz tudo”. “Eu cubro casa, faço forro, pinto. O que aparecer eu estou fazendo”, conta sorrindo.

Outra moradora que elogia o Banco Comunitário Mauá é a industriaria Regina do Socorro Azevedo Medeiros, 50. “Agora não precisamos mais ir para longe. Tudo funciona aqui”, argumenta Regina, moradora há mais de 20 anos do Mauazinho. “Isto é muito bom pra gente e para o bairro”.

A área conhecida como Mauazinho é composta pelas comunidades Parque Mauá, Jardim Mauá, Vila da Felicidade, Mauazinho 1 e 2 e também as comunidades ribeirinhas do entorno.

De moeda social para eletrônica

O Banco Mauá tem o selo da Caixa Econômica Federal e está em processo de transição para implantar o e-dinheiro, um aplicativo que pode ser utilizado via aparelho celular com internet. A ideia é que o processo passe a ser todo digital.

Com o e-dinheiro, que ainda está em fase de negociação para que não tenha taxas altas para os moradores, o dinheiro volta a circular dentro da própria comunidade, estimulando o consumo local, gerando mais emprego e renda.

“Nossa finalidade é social e, por isso, estamos discutindo para que o cidadão não precise pagar taxas semelhantes aos dos cartões de crédito”, argumenta Sidemar Santos, coordenador do banco e presidente da Associação Beneficente Social Violeta, responsável pelo banco.

 

Fonte – Secom

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