Cancelar. Certamente você já leu ou ouviu por aí que “fulano/a está cancelado/a”. Se você vive no Brasil, sabe que esse é o termo do momento.
A expressão nativa das redes sociais ganhou vida fora da internet em 2020 com o Big Brother, um dos programas de maior audiência da TV brasileira. Quem acompanhou o programa no início percebeu que o “medo do cancelamento” ditou as regras de comportamento nas primeiras semanas da competição.
E o que isso tem a ver com a longevidade? Bom, o que a gente menos quer é que você cancele a sua longevidade. E, acredite, há muito o que você pode fazer para evitar isso.
A genética é só um dos fatores que influenciam o sucesso da longevidade. Fatores genéticos não explicam, sozinhos, o quanto é possível viver e com qualidade de vida. A equação é composta por seis fatores interrelacionados (econômicos, sociais, saúde, ambientais, pessoais, comportamentais) e outros dois transversais (cultura e gênero). A boa notícia é que podemos/conseguimos interferir em alguns desses determinantes.
E sabe quando você deve começar a pensar nisso? Agora!
O médico gerontólogo Alexandre Kalache, consultor da Bradesco Seguros para o tema longevidade, escreveu aqui no Viva a Longevidade que “a qualidade de nossas vidas no futuro é imensamente influenciada pela forma como vivemos antes”. É por isso que, para não cancelar a sua vida lá na frente – ou seja, para que ela não fique mais difícil do que ela naturalmente poderá ser –, é preciso investir tempo e atenção em quatro pilares essenciais para o sucesso dessa jornada (e esse termo a gente já usava antes da Lumena 😉): saúde, conhecimento, convivência (relacionamentos) e finanças.
Cuidar da saúde, construir relacionamentos fortes, manter a mente ativa para seguir relevante para a sociedade e reunir recursos para viver mais e melhor são ações que você precisa começar a adotar agora. Nunca é tarde demais, mas quanto mais cedo, melhor.
Então, para não cancelar a sua longevidade, preste atenção – e se possível, coloque em prática – essas nove atitudes a seguir
1 – Deixar de lado o sedentarismo e praticar atividade física
A Organização Mundial da Saúde orienta pelo menos 150 minutos semanais de atividade física. São 30 minutos do seu dia para fazer qualquer atividade que mantenha o seu corpo ativo e preparado para os muitos anos que você, com sorte, terá pela frente.
2 – Passar a comer bem, de maneira saudável
Não existe uma receita da longevidade ou alimentos milagrosos. Mas quanto mais diversificado e colorido for o seu prato, mais saudável ele será. Nesta matéria listamos os dez passos para alcançar a alimentação saudável.
3 – Cuidar da saúde
Visitar o médico regularmente e fazer exames são ações que sempre associamos ao ato de cuidar da saúde. Mas podemos fazer muito mais por ela. Além das duas ações que já mencionamos (mais atividade física e mais comida colorida no prato), você também está cuidando da sua saúde quando participa de campanhas de vacinação, não fuma, não abusa da bebida alcóolica, dorme bem e constrói uma rede de ótimos relacionamentos. Já parou para pensar na saúde que você quer ter lá na frente?
4 – Ter laços sociais fortes
O apoio social, por meio das redes sociais físicas (e não apenas as virtuais), com família, amigos, colegas e vizinhos, é um dos muitos fatores-chave para o bem envelhecer. O ser humano é um ser social e, como escreveu Alexandre Kalache aqui no Viva a Longevidade, inúmeros estudos demonstram a forte relação entre o amparo que temos com outras pessoas e a saúde física e mental. “Quando cercados por amigos que querem nosso bem, que mantêm um estilo de vida saudável e ainda nos dão uma mão ou um bom conselho quando precisamos, normalmente, nos sentimos mais protegidos e menos estressados”, escreveu o especialista.
5 – Cuidar também da saúde do bolso
O financiamento da sua longevidade começa agora – assim como tudo o que está nesta lista. Se for possível, invista parte da sua renda para usar lá na frente. Investimentos a longo prazo, como a previdência privada, são ótimos meios para “levar esse dinheiro lá na frente”. Nunca é tarde demais para começar a construir a base financeira que sustentará os anos a mais que você vai ter. Mas lembre do mantra: quanto mais cedo, melhor.
6 – Entender a sua relação com dinheiro
Essa é uma ação intimamente ligada ao item anterior. A maneira como você se relaciona com o dinheiro influencia o cuidado com a saúde financeira. Você se julga uma pessoa refém dos prazeres, consciente ou supercontroladora em relação às finanças pessoais? Entender essa relação é um passo importante para você começar a colar em prática um plano financeiro para não passar dificuldades quando a velhice chegar. No episódio de fevereiro do Comece Agora, Michele Jucá, professora da Saint Paul Escola de Negócios, falou sobre a importância desse “olhar financeiro” para o futuro. Ouça o episódio, vale a pena.
7 – Aprender, reaprender e reaprender
O curso de vida mais “tradicional” indica que o momento do aprendizado é no início de tudo, ali entre a infância e a adolescência. Acontece que essa visão precisa ser atualizada. Quem vive em mundo que muda o tempo todo não pode parar de aprender. O importante mesmo é manter acesa a curiosidade e cultivar o espírito do aprendizado ao longo de toda a vida. Em 2019, o aprendizado ao longo da vida foi o tema da 14ª edição do Fórum da Longevidade (relembre aqui como foi).
8 – Manter-se ativo e relevante para a sociedade
Quando chegar a hora de se aposentar, o que você pensa em fazer? Ficar à toa em casa, sem trabalhar e só esperando os dias, semanas, meses e anos passarem? Ou pretende continuar ativo e relevante para os seus e para a sociedade? Agora, uma outra pergunta: qual dessas opções é mais favorável para a sua longevidade?
9 – Encarar o envelhecimento e a longevidade como um processo natural
Sabe quando é que começa oficialmente o seu envelhecimento? Segundo a geriatra Karla Giacomin, começamos nossa maratona em direção à longevidade a partir do momento em que nascemos. É um processo natural pelo qual todos nós vamos passar. Aqui no Viva a Longevidade, a gente luta contra os estigmas que envolvem o envelhecimento. Já parou para pensar que a alternativa à velhice não é lá muito agradável? É hora de deixar o preconceito de lado e viver bem os anos a mais de vida que foram ganhos nos últimos tempos.
O que é a cultura do cancelamento?
A BBC Brasil mostra que a cultura do cancelamento começou como uma forma de chamar atenção para causas como justiça social e preservação ambiental. O cancelamento é um ataque à reputação de uma pessoa e pode ameaçar o emprego ou os meios como o cancelado se sustenta ou se sustentará.
O “fenômeno” atinge anônimos, políticos e famosos, mas, aqui no Brasil é mais comum que os ataques tenham alvos pessoas com voz ativa e influente nas redes sociais.
Fonte – Viva a longevidade
Foto – Divulgação