Cooperativas avançam após assinatura de contrato para coleta seletiva em Maceió
As cooperativas de materiais recicláveis que atuam em Maceió já colhem os benefícios com a assinatura do contrato de coleta seletiva domiciliar na cidade. Além do aumento na capacidade de reciclagem, provocado pelo volume de material disponibilizado na coleta pela Prefeitura, elas estão desfrutando de um novo status perante o poder público, encaradas como negócios formais com o qual se estabelece uma relação empresarial. Mudanças que começaram a ser trilhadas com a preparação estrutural das cooperativas, ainda durante o Projeto Ser+Realizador.
O projeto, promovido pela Braskem e que conta com o Sebrae em Alagoas, também faz parte das ações identificadas pela Cadeia Produtiva da Química e do Plástico do Estado como prioritárias. A iniciativa dotou as cooperativas de equipamentos e materiais de trabalho e promoveu diversas capacitações e treinamentos em gestão, permitindo que os cooperados pudessem ter condições de gerenciamento do negócio, tornando-o sustentável.
“Estamos enxergando uma outra abordagem do poder público com as cooperativas e isso é muito importante e proveitoso. Tínhamos uma dificuldade com as donas de casa aqui no Benedito Bentes. Tínhamos que entregar os sacos de ráfia para que elas juntassem o material para reciclagem. Quando acabavam os sacos, nós precisávamos esperar uma doação, e isso as vezes demorava, o que impedia a coleta. Agora já podemos comprar e entregar nas casas com o pagamento da coleta. Pudemos também realizar algumas obras e serviços de melhoria no galpão que melhoraram o andamento do trabalho”, expôs Patrícia Ramos, presidente da Cooperativa dos Recicladores de Alagoas (COOPREL) – Unidade Benedito Bentes.
Desde a assinatura do contrato com o município, o volume de material coletado e vendido subiu 37%, fazendo aumentar também o faturamento das cooperativas e seus participantes. De junho a outubro de 2017, por exemplo, a quantidade de recicláveis vendidos quase atingiu o patamar das 700 toneladas – em 16 mil domicílios em 9 bairros da capital. Números expressivos para apenas um semestre de ano. O volume coletado de plástico, por exemplo, aumentou em aproximadamente 5 toneladas em três meses. No mesmo período, a separação e entrega de metais que era de menos de 10 subiu para 50 toneladas . Porém, nada se compara ao salto na coleta de vidros, que foi de menos de 20 toneladas em maio de 2017 para mais de 140 toneladas em setembro, de acordo com dados da Superintendência de Limpeza Urbana de Maceió (SLUM).
“O contrato com a prefeitura consolidou as mudanças que o projeto Ser+ Realizador planejou para as cooperativas, deu sustentabilidade às ações pelas cooperativas, permitindo que elas alcançassem um novo patamar de negócios, também sob o ponto de vista econômico”, ponderou Renata Amorim, uma das consultoras do Ser+ Realizador.
São vários os exemplos de melhoria impulsionados pelo Projeto. Ela cita a mudança e adaptação do layout de trabalho na Cooprel – Unidade Serraria que, ao lado da aquisição de duas prensas industriais, melhoraram a produção e a forma de trabalho dos cooperados. Na Cooperativa de Recicladores de Lixo Urbano de Maceió (Cooplum), a compra do elevador de fardo e da esteira transformaram a ergonomia do local , com impacto na saúde e segurança de todos. Na Cooperativa dos Catadores da Vila Emater (Coopvila) o trabalho antes realizado a céu aberto, hoje é realizado em um novo galpão. A mudança só foi possível com a mudança de toda instalação elétrica e com a manutenção preventiva nas prensas.
Não são apenas obras de reforma ou melhoria, os resultados do Projeto e da assinatura do contrato coma Prefeitura, mas mudanças econômicas efetivas na vida de famílias que vivem da coleta de reciclados em Maceió, além do reconhecimento do trabalho como a prestação de um serviço de grande importância para o meio ambiente.
“É gratificante constatar que um trabalho iniciado há cerca de 9 anos, esteja apresentando resultados sociais, ambientais e econômicos tão expressivos. Somados os vários tipos de resíduos cerca de 120 toneladas mês são triados pelas cooperativas. Uma verdadeira transformação está acontecendo na cidade, na área de reciclagem. A Braskem continuará apoiando este trabalho, através do projeto Ser + Realizador” assinalou Milton Pradines , Gerente de Marketing e Relações Institucionais da Braskem
Entretanto, apesar dos avanços , o volume de resíduo que ainda pode ser reciclado é exponencialmente muito maior. É preciso incentivar a formação de outras cooperativas. É importante a participação cada vez maior da sociedade, numa postura de responsabilidade compartilhada com a reciclagem.
“Ainda enfrentamos muita dificuldade com o material recebido . Se as pessoas fizessem o mínimo, que é separar lixo seco do lixo comum, já ajudaria muito. Perdemos muito material por contaminação, por que as pessoas juntam papel que dá para reciclar ,com por exemplo papel higiênico. São exemplos simples, de descarte de resíduos feitos de forma incorreta, que uma campanha educativa poderia evitar “ explica Patrícia Ramos da COOPREL.
Fonte – Ascom