Em contagem regressiva para sediar o maior evento de futebol do mundo, em um fim de ano movimento, o período fica ainda mais agitado. Uma série de ações de entretenimento acontecem para os torcedores de todo o mundo. Nesse período que antecede os jogos, os brasileiros aproveitaram para mudar o visual de suas casas com as cores da bandeira do Brasil. Além da decoração aérea com bandeirolas, as vias públicas passam a receber pinturas também, para serem pontos de encontro de torcedores em dias de jogos da Seleção.
Somos o país do futebol e a Copa do Mundo é um dos momentos mais importantes para os brasileiros. Estamos mais próximos de começar o maior evento esportivo do mundo, a 22ª edição da Copa do Mundo FIFA de 2022. Em clima de Copa do Mundo ficamos na expectativa para que a nossa seleção consiga se consagrar campeã na Copa com o maior alcance e visibilidade da história do futebol.
O maior evento de esporte que reúne as pessoas para acompanhar os jogos e festejar as vitórias da seleção brasileira. Espera-se muito, este ano, a conquista do hexa pela nossa seleção, assim como os encontros das pessoas para o momento.
De acordo com o Daniel Valentim Mansur, professor do curso de jornalismo da Faculdade Martha Falcão Wyden, de um lado, o fim da pandemia mostrou um povo ansioso pelo retorno do contato direto, do toque, do aperto de mão, do abraço, da conversa e das risadas face a face. Dentro de um cenário como este, o grande ápice de uma partida de futebol – especialmente a do maior campeonato do mundo na modalidade – seria a grande coroação deste momento. Mas de outro, vamos complicar um pouco a equação: será que a Copa do Mundo pode ser a responsável por unificar um país totalmente polarizado por conta das últimas disputas eleitorais?
Para o professor, o esporte sempre foi um palco político; e pululam exemplos. Nos anos 60, a lenda do boxe Muhammad Ali recusou-se a servir o exército dos Estados Unidos por ser contra a Guerra do Vietnã. No Brasil dos anos 80, em plena Ditadura Militar, o movimento Democracia Corintiana, encabeçado por Sócrates, atuou diretamente nas Diretas Já; e, mais recentemente, acompanhamos diversos protestos no futebol, como os xingamentos à então presidente Dilma Rousseff na Copa de 2014, no Brasil; o gesto da “águia albanesa” de atletas suíços em comemoração aos dois gols na vitória contra a Sérvia na Copa de 2018 – em alusão à repressão sofrida por Kosovo (de larga população albanesa) pelas mãos dos Sérvios –; e a declarada recusa do técnico Tite em se encontrar com o atual presidente Jair Bolsonaro em caso de vitória na Copa deste ano, para citar alguns.
Por outro lado, o esporte também já serviu para a união de um país. Todos se lembram do caso da Copa do Mundo de Rugby de 1995, usada pelo então presidente da África do Sul, Nelson Mandela, para unir a nação segregada pelo Apartheid, por meio de sua seleção, que até então era símbolo da opressão contra os negros. Para os que se interessarem, a história está contada no filme Invictus, de Clint Eastwood. Há, portanto, uma esperança de superação das diferenças na Copa prestes a começar. Resta saber se seremos capazes de usá-la desta forma. Um gol de placa vai nos fazer pular juntos, com amigos e desconhecidos na rua em frente ao bar?
Além disso, Daniel Valentim explica por que também podemos ter concentrações em bares específicos, por exemplo, como acontece com a transmissão de campeonatos de clubes.
Os bares da torcida da direita, com as tradicionais verde-amarelas; e os da esquerda, com as camisas da seleção feitas em outras cores (não oficiais), como a preta e a vermelha (que inclusive já estão disponíveis no comércio, sempre pronto a transformar identidade em bens de consumo). Mas e nas casas da família e nas do amigo? Nas ruas do condomínio e nas do morro? Para onde vamos na aflição de um gol que não vem? Na alegria dos 45 quando o placar é nosso? Como para toda boa pergunta, a resposta nunca vem fácil, porque se temos outro fenômeno tão caro ao futebol, é justamente o do imponderável no jogo, enquanto se joga.
Fonte – Ascom
Foto – Divulgação