O HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, causador da AIDS, ele ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Basicamente, o vírus atinge as células de defesa e se multiplica ao mesmo tempo para ir atingindo as demais.
Por ser uma doença crônica, que ainda não possui uma cura definitiva, o diagnóstico do HIV acaba gerando um sofrimento psíquico para as pessoas que o recebem. Sentimentos de incertezas em relação ao futuro são um deles, sendo que muitos ainda associam o HIV/AIDS como sinônimo de morte, e essa ideia precisa ser mudada.
Quando o paciente recebe um diagnóstico positivo para o HIV, é comum apresentar sentimentos de medo, ansiedade, revolta e principalmente o sentimento de rejeição em razão ao grande preconceito que ainda afeta significativamente às pessoas que vivem com o vírus.
A psicóloga do Sistema Hapvida, Ivana Teles, fala sobre alguns pontos importantes para quem recebeu o diagnóstico positivo, e para aqueles que conhecem alguém que convive com o vírus “O tema HIV ou AIDS ainda é um tema que gera tabu na nossa sociedade, as pessoas pouco falam, têm pouco entendimento, muitas vezes, e algumas crenças antigas e limitantes ainda estão muito presentes quanto ao contágio, os efeitos, ou ao tratamento, por exemplo. E para quem tem esse diagnóstico, isso acaba sendo uma fonte intensa de adoecimento emocional. A partir daí a gente percebe a importância do acompanhamento psicológico nessas situações. Afinal de contas, por ser um tema tabu, muitas pessoas que possuem esse diagnóstico preferem não falar sobre, e isso acaba trazendo ainda mais angústia, tristeza, preocupação e ansiedade”.
A psicóloga continua explicando que o apoio psicológico é necessário, ou até mesmo falar com alguém que se sinta à vontade. “Afinal de contas, é uma situação que está crescendo dentro da pessoa, na medida que ela não fala, e essa angústia vai ficando mais intensa, então a gente percebe que o acompanhamento psicológico se torna necessário. Até mesmo pra que essa pessoa consiga, inicialmente, falar sobre isso. Reelaborar essa situação é um ponto importante, afinal a gente sabe que existe um tratamento, e é possível viver sim com a doença, sem que isso traga grandes prejuízos, ou uma grande interferência, desde que esteja sob controle, claro”.
Ela explica que, para cada caso, independente da sua gravidade, o ato de falar é muito importante. “Falar acaba sendo uma ferramenta fundamental, falar dentro do consultório de psicologia, e aí vão algumas dicas: se permitir falar sobre com amigos e familiares, e aí entra também a autoaceitação, desse diagnóstico e dessa nova realidade, até mesmo para que possamos aprender a lidar com ela. E isso significa conhecer mais, entender todos os detalhes, entender como conduzir durante o tratamento, o que fazer e o que não fazer. Estes são pontos importantes que muitas vezes ficam em segundo plano, e as vezes nem surgem pelo simples medo de lidar com essa realidade, por isso falar sobre esse tema é necessário, quebrar os tabus é necessário, então busque um suporte profissional, afinal de contas a gente sabe que muitas pessoas tem uma dificuldade maior em lidar com isso, com essa situação, até mesmo para que você consiga se reequilibrar emocionalmente. E você que não conhece essa situação, não julgue, afinal de contas, a gente sabe que o julgamento em nada ajuda, ela apenas atrapalha, então vamos trabalhar o acolhimento e a verdadeira empatia com o próximo”.
Problemas de saúde mental corroboram para a redução da qualidade de vida de pessoas que vivem com HIV, além de se tornarem uma barreira para o tratamento médico. É comum se sentir nervoso a princípio sobre permitir que outros saibam o que você pensa, mas familiares e amigos podem fornecer apoio e empatia de maneira única. Então, vale tentar conversar com quem você tem abertura.
E se isso não der certo, lembre-se sempre que pode contar com o apoio e as orientações de um psicólogo. A visão de um profissional é diferente das pessoas próximas a você, por isso, pode enriquecer o modo como você pensa, sente e age.
Fonte – Ascom
Foto – Divulgação