Ciência e Tecnologia

Dia Mundial da Alimentação destaca desafios para a segurança alimentar e a sustentabilidade

A data que marca o aniversário da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura debate desigualdade e soberania alimentar.
O Dia Mundial da Alimentação é um chamado global para a reflexão e a ação em torno do direito humano à alimentação adequada e saudável.
Eventos climáticos extremos e a perda de biodiversidade afetam diretamente o sistema alimentar.

Celebrado em 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação marca a fundação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Em 2025, quando a instituição completa 80 anos, o tema escolhido é “Mãos Dadas por Alimentos Melhores e um Futuro Melhor”.

A data chama atenção para a importância da colaboração entre governos, organizações e comunidades na construção de sistemas alimentares mais justos e sustentáveis. A FAO reforça que trabalhar juntos é essencial para garantir que todas as pessoas tenham acesso a uma alimentação saudável, em harmonia com o planeta.

Dados da FAO explicitam a dimensão do problema: estima-se que 673 milhões de pessoas vivam com fome. Em outros lugares, os níveis crescentes de obesidade e o desperdício generalizado de alimentos apontam para um sistema desequilibrado. Outra preocupação é o papel que os atuais sistemas agroalimentares têm nas emissões de gases de efeito estufa, mesmo havendo potencial de redução desses poluentes a partir da forma como a sociedade cultiva, colhe e compartilha sua comida.

Segundo a professora Cláudia Tramontt, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública e responsável pela organização de atividades sobre o tema na unidade, o Dia Mundial da Alimentação é um chamado global para a reflexão e a ação em torno do direito humano à alimentação adequada e saudável, da soberania alimentar e da sustentabilidade dos sistemas alimentares. Ela destaca que o tema deste ano é especialmente relevante, porque “expõe como a alimentação está no centro das principais crises contemporâneas — sanitárias, sociais, econômicas e ambientais”.

Conflitos e eventos climáticos

A docente explica que conflitos, eventos climáticos extremos e a perda de biodiversidade afetam diretamente o sistema alimentar e ameaçam a segurança e a soberania alimentar dos países. No Brasil, o cenário é igualmente desafiador: “Milhões de brasileiros convivem com diferentes formas de insegurança alimentar, que se sobrepõem à epidemia de obesidade e ao aumento exponencial das doenças crônicas não transmissíveis”, afirma.

Para Cláudia, essa realidade é fruto de um sistema alimentar profundamente desigual e insustentável, forjado num modelo que compromete a soberania alimentar, devasta territórios, enfraquece práticas alimentares tradicionais e afeta gravemente o meio ambiente e a saúde coletiva. “Alimentação, saúde pública, meio ambiente e justiça social são dimensões inseparáveis, o que demonstra a necessidade de posicionar os sistemas alimentares no centro do debate público”, ressalta.

As comemorações na FSP ocorrerão no dia 15 de outubro e terão como mote Nossa comida é soberana: saúde pública e o futuro em construção. A programação inclui a tradicional mesa de abertura, a exibição de um documentário sobre o tema e ainda uma exposição fotográfica colaborativa, uma feira agroecológica e um espaço com atividades promovidas pelo Centro de Saúde Escola Paula Souza.

 

 

Fonte – USP

Foto – Freepik

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