O Plano de Transformação Ecológica do Brasil ganhou destaque nesta terça-feira (10/10) em evento promovido pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (ONU) que discutiu o tema “Aproveitando as commodities para o desenvolvimento econômico sustentável”. O assessor especial do Ministério da Fazenda (MF) Rafael Dubeux destacou que o plano transcende o universo da preservação ambiental, uma vez que visa promover o crescimento sustentável, gerando benefícios para a população e elevando o país a um novo patamar no cenário produtivo global. “É um plano de desenvolvimento econômico com um componente tecnológico e ambiental muito importante”, destacou o assessor, ao participar de painel sobre o tópico “Dependência de commodities e desenvolvimento econômico sustentável”.
A intensa incorporação de tecnologia nesta nova fase de crescimento brasileiro é central para evitar que o Brasil repita ciclos econômicos anteriores, em que era apenas exportador de commodities (como ocorreu com produtos como pau-brasil, cana-de-açúcar, café, ouro e minério de ferro, entre outros). Ele apontou que no cenário atual, no qual o mundo avança rumo a uma economia verde, o país tem a capacidade de assumir um novo protagonismo nas cadeias globais, elevando o patamar de incorporação de valor no Brasil. “Devemos aproveitar esta oportunidade não apenas para descarbonizar a economia, mas também para fortalecer as capacidades tecnológicas do nosso setor produtivo”, afirmou.
O Brasil tem muito espaço para crescer, advertiu Dubeux, utilizando a energia renovável, bioeconomia, minerais estratégicos e grande capacidade de produção sustentável. Ele realçou que 90% da geração elétrica nacional provém de energias renováveis e que há espaço para avançar ainda mais. “Atualmente, temos aproximadamente o mesmo número de toda a capacidade instalada do Brasil de novos projetos de energia solar e eólica, o que significa que poderemos, dentro de poucos anos, dobrar toda a capacidade instalada de nossa rede elétrica apenas com energias renováveis”, afirmou o assessor especial do MF.
Ao detalhar pontos do Plano de Transformação Ecológica, Dubeux apresentou elementos como os mecanismos de incorporação da tecnologia ao desenvolvimento e à produção, com o fortalecimento de fundos de pesquisa e de desenvolvimento; formação de mão de obra e capacitação — do ensino técnico aos cursos de pós-graduação —, melhorando a integração entre as universidades do Brasil e o setor privado, e o sistema de pagamento por serviços ambientais. “Os desafios brasileiros são similares aos de muitos outros países em desenvolvimento. Não devemos pensar apenas em descarbonizar, mas em permitir que os países não fiquem apenas na parte de baixo das cadeias de valor da economia mundial”, concluiu.
Além de Dubeux, o painel “Dependência de commodities e desenvolvimento econômico sustentável” contou com as participações do representante permanente da Zâmbia junto às Nações Unidas, Chola Milambo; da representante permanente adjunta da Colômbia junto às Nações Unidas, Arlene Beth Tickner; e do diretor-geral de Cooperação Multilateral da Indonésia, Tri Tharyat.
Fonte – Ascom
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