A Faculdade de Educação (FE) recebe o evento Surdez e privação linguística: o que as pesquisas nos dizem. No dia 21 de agosto, das 14h30 às 17 horas, no Auditório da FE, pesquisadoras vão apresentar estudos recentes sobre o tema, além de debater o ensino e acesso à Língua Brasileira de Sinais (Libras) e seu impacto no desenvolvimento comunicacional de pessoas surdas. O encontro contará com tradução simultânea em Libras. Para participar, basta se inscrever pelo formulário.
O evento terá como palestrantes as pesquisadoras Maria Josep Jarque, da Universidade de Barcelona (UB), e Cristina Broglia Feitosa de Lacerda, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que irão mostrar trabalhos acadêmicos que elas vêm produzindo na área de privação linguística. As pesquisas Línguas de Sinais como Línguas de Interlocução: o Lugar das Atividades Comunicativas no Contexto Escolar e Desenvolvimento e avaliação da competência comunicativa na formação inicial de professores são exemplos de produções recentemente publicadas com a coparticipação das pesquisadoras.
Ana Paula Zerbato, professora da FE com experiência em Educação Especial na educação básica, práticas de inclusão escolar e educação de surdos, comenta sobre a privação linguística nos ambientes escolares. “As crianças surdas, muitas vezes, não possuem acesso à língua de sinais desde muito pequenas e, na corrida do desenvolvimento linguístico, elas acabam ficando para trás”, lamenta ela. “Isso ocorre por falta de informação, somada à dificuldade de encontrar serviços que orientem as famílias em relação à importância do aprendizado e do acesso à língua de sinais desde a infância dessas crianças”, complementa Ana Paula.
A docente ressalta a existência do decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005 que legitima a inclusão de Libras como disciplina curricular nos cursos de licenciatura, pedagogia e fonoaudiologia, mas questiona a expansão do decreto para outras áreas do conhecimento. “É importante que o ensino dessa língua esteja em outros cursos, como na medicina ou no direito. As pessoas surdas vão precisar de serviços que estejam além da educação. Mas isso exige uma discussão de currículo para inserir a Libras e dar as condições para que ela seja ofertada”, afirma Ana Paula.
Fonte – USP
Foto – Divulgação