Ciência e Tecnologia

Falta diversidade em altos cargos financeiros nas empresas

O projeto prevê ainda que a regulamentação da atividade pelo governo federal considere o local onde a pesca é praticada.
Para a coleta desses dados, pouco mais de 360 empresas foram analisadas, todas listadas na Bolsa de Valores do Brasil.
O estudo do perfil demográfico dos CFOs mostra que o cargo é ocupado predominantemente por homens brancos.

A Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) da USP realizou o estudo Características Demográficas de CFO’s no Brasil, sobre o perfil demográfico dos CFOs (Chief Financial Officer, em inglês, ou diretor financeiro, em português) brasileiros. O estudo foi feito com base em dados de 362 empresas listadas na B3, a Bolsa de Valores pois o perfil desta parcela é desconhecido para a população, segundo o professor Andson Braga de Aguiar, docente da FEA-USP, coordenador do Centro de Pesquisa em Mensuração, Desempenho e Controle Gerencial e um dos autores do estudo, ao lado do pesquisador Pedro Pedrosa, do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da USP.

“Temos poucas informações sobre quem são, sobre o perfil desses executivos, inclusive o que eles fazem, o papel que eles têm dentro das organizações e isso muito devido à dificuldade de acesso a esse público dentro das empresas. Então isso dificulta para que a gente, dentro das universidades e o público, consiga ter mais informações e conhecer melhor quem são esses executivos nas empresas”, explicou o professor.

Os CFOs, segundos colocados nas hierarquias das empresas, atrás apenas dos CEOs (Chief Executive Officer), possuem uma série de papéis essenciais na estrutura de uma empresa. O professor explica que eles possuem uma expressiva influência nos investimentos das organizações onde trabalham. “Como os recursos vão ser alocados entre diferentes projetos nas empresas, em definir a estrutura de capital da empresa, como a empresa vai se endividar, o quanto ela vai captar de dívida junto às instituições financeiras, junto a acionistas atuais ou mesmo novos acionistas e relacionamento com investidores, com instituições financeiras, com a CVM, que é a Comissão de Valores Mobiliários. Então eles têm diferentes papéis e tendem dentro das empresas a suceder o principal executivo, o CEO.”

Diversidade

Referente ao perfil dessas pessoas, o estudo confirmou que tais papéis são predominantemente ocupados por homens brancos, entre 41 e 50 anos, com formações provenientes de áreas como administração, engenharia, contabilidade e economia, traçando uma trajetória dentro da área financeira. E, segundo Aguiar, a diversidade não é predominante: “A gente não consegue falar de diversidade de uma maneira tão ampla. Conseguimos falar especialmente em termos de gênero, que é aquilo que a gente percebe, a diversidade de raça, de geração, idade também. Mas conseguimos falar que realmente há um predomínio do gênero masculino dentro desse grupo”.

Para a coleta desses dados, pouco mais de 360 empresas foram analisadas, todas listadas na Bolsa de Valores do Brasil. A análise do perfis dos seus CFOs foi predominantemente coletada nos sites das empresas e no LinkedIn, plataforma voltada a empregos. Através dessa análise, também foi possível notar a presença da USP na qualificação de tais profissionais, predominantemente da FEA e da Escola Politécnica (Poli) da USP.

“A USP é a instituição em que a gente percebeu que se destacam. A maioria deles tem uma formação inicial na USP. Isso não se repercutindo em termos da formação continuada, especialmente porque a nossa formação continuada dentro da USP privilegia programas acadêmicos, como mestrado e doutorado acadêmico, e que nem sempre esse público tem a disponibilidade de tempo para a dedicação que é requerida nesses programas. Então eles têm uma formação inicial na USP e aí vão buscar, inclusive no exterior, formações complementares.”

 

Fonte – USP

Foto – Foto: Freepik

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