Em Manaus para a Feira do Polo Digital, o futuro ministro de Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, aproveitou a oportunidade para conhecer o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC). Referência mundial nos estudos dos ecossistemas e da biodiversidade da Amazônia, o Inpa é a primeira entidade do MCTIC visitada por Pontes, após ser anunciado para o primeiro escalão do presidente eleito Jair Bolsonaro.
O convite para a visita foi feito pela diretora substituta do Inpa, Hillândia Brandão, quando Pontes proferiu palestra no início do mês, no Instituto Federal do Amazonas (Ifam). No Inpa, o Tenente-Coronel da reserva conversou com a direção do Instituto sobre projetos, dificuldades e desafios, além de conhecer parte das instalações, como o Bosque da Ciência.
O Inpa é líder na produção científica na Amazônia, a única do Amazonas com os pesquisadores de excelência na área, tendo pesquisadores 1 A do CNPq – o nível mais alto de excelência científica no Brasil – e com estudos de impactos ambiental e socioeconômico que ajudam a melhorar a vida e a realidade de populações da região.
“Nossa encontro foi muito proveitoso. Tudo isso [dificuldades] a gente tem que trabalhar junto com as pessoas de forma a achar soluções conjuntas. Não adianta eu querer decidir tudo lá de Brasília e achar que isso será a melhor solução”, disse Pontes, que se mostrou bem impressionado com o Inpa.
A diretora substituta também avaliou o resultado da reunião como positivo. Além de fazer uma apresentação institucional, Hillândia aproveitou para mostrar dificuldades enfrentadas pelo Inpa para cumprir sua missão, que é gerar e disseminar conhecimentos e tecnologias, e capacitar recursos humanos para a Amazônia.
“Eu também apresentei para ele [novo ministro] as nossas dificuldades hoje, principalmente em relação ao nosso orçamento, que não é suficiente para manter as nossas atividades com o Inpa funcional, com a atividade fim que é a pesquisa”, contou Brandão. “Dos R$ 35 milhões, cerca de R$ 30 milhões são gastos com manutenção. O Inpa é horizontal; temos três campi, várias reservas, laboratórios de pesquisa, e tudo isso precisa de manutenção”, completou.
Outras demandas levadas a Pontes são a necessidade de recomposição do quadro funcional, instalações adequadas para garantir segurança das coleções científicas do Inpa, estrutura do Bosque da Ciência e necessidade de ter projeto voltado à infraestrutura como foi o Grandes Vultos do Ministério do Planejamento, com o qual o Inpa obteve no passado cerca de R$ 70 milhões. Atualmente, o Inpa possui 565 servidores, dos quais 45% encontram as condições legais para se aposentar. “Em 2010 éramos quase 900 servidores”, lembra Brandão.
Na reunião, o futuro ministro mostrou-se bastante interessado e compreensivo quanto às demandas do Inpa. A direção também pediu a atenção dele com relação ao novo diretor, que aguarda nomeação ministerial, e principalmente o aprimoramento do processo de buscas futuras para Diretor. No processo atual, os três nomes e suas respectivas colocações na seleção feita pelo Comitê de Busca e encaminhados ao Ministro do MCTIC não são públicos.
“Quanto à nomeação do diretor atual, ele disse que vai procurar compreender onde estão os gargalos para que haja a nomeação”, disse a Coordenadora de Extensão, Rita Mesquita. “Nós esperamos que isso ocorra logo. De todo modo, asseguramos que a instituição respeita o processo conduzido aqui”, completou.
Fonte – Inpa
Foto – Divulgação