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Grupo de Estudos Estratégicos debate processo natural do envelhecimento humano

Gerontologia – processo natural do envelhecimento humano: fatos e perspectivas. Esse foi o tema de debates do Grupo de Estudos Estratégicos Amazônicos (Geea) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC) na sua 62ª reunião, realizada na quarta-feira (14), no auditório da diretoria do Instituto. A apresentação do tema esteve a cargo da professora Cláudia Henrique Bandeira de Sousa, psicóloga, professora na Universidade do Estado do Amazonas, mestra em Gerontologia e Especialista em Recursos Humanos e Saúde do Idoso.

Sousa preferiu tratar o tema com amenidade, conferindo a ele o título de “conversando sobre envelhecimento”. Segundo a palestrante, a velhice é uma fase natural do ciclo de vida que começa na concepção, passa pelo nascimento, infância e adolescência e antecede a morte. Para ela, todas as fases são interessantes, cada qual com suas características peculiares. Conforme o próprio termo, velho ou velha deveria ser simplesmente a pessoa que se encontra na fase da velhice, no entanto o termo é carregado de preconceito e temeridade para muitos. Nesse caso, idoso ou terceira idade não passa de termos alternativos, na tentativa de amenização.

De maneira mais acadêmica, Sousa define o envelhecimento como “um processo sequencial, acumulativo, irreversível, universal e ao mesmo tempo individual, pois cada pessoa age e reage de um modo particular frente a ela. Além disso, ele se caracteriza por ser não patológico, mas submetido a uma natural deterioração do organismo maduro, de maneira que o tempo o torna menos capaz de atuar frente ao estresse do meio ambiente e, portanto, mais suscetível à morte”.

A palestrante ao mostrar uma figura ilustrativa de uma fisionomia típica de cada etapa da idade e enfatiza que cada tem sua beleza própria e por isso todos devem assumir isso com naturalidade, autoconfiança e alegria. Para ela, a única alternativa para quem não deseja ficar velho seria morrer, no entanto, poucos preferem isso, por razões óbvias. Então, a melhor maneira de enfrentar a situação é buscar um envelhecimento bem-sucedido.

A partir da longa experiência com pessoas que se encontram na fase da velhice, Sousa aponta que o sucesso do envelhecimento depende de um constante cuidado com o corpo e a mente, um envolvimento ativo com o mundo e uma boa capacidade de adaptação às mudanças físicas, emocionais e sociais. Para ela, as condições impostas pela velhice podem não ser excelentes, mas podem ser muito boas ou ótimas.

Depois de explanar sobre algumas experiências que tem tido com idosos, a palestrante aborda a relação da Geriatria com a Gerontologia, lembrando que a primeira é uma especialidade médica que trata das pessoas com idade avançada, tal qual a pediatria lida com pessoas com pouca idade. Por outro lado, a Gerontologia é um campo interdisciplinar e que visa o estudo das mudanças típicas do processo do envelhecimento e de seus determinantes biológicos, psicológicos e socioculturais. Nesse caso, a Gerontologia é campo bem mais amplo, multiprofissional e multidisciplinar e que envolve muitas outras profissões, incluindo Farmácia, Nutrição, Odontologia, Arquitetura e outras.

Termos

A palestrante também esclareceu sobre outros termos muito aplicados nessa área do conhecimento e que são importantes para ser ter uma compreensão mais abrangente e profunda das condições humanas frente à velhice e ao processo de envelhecimento, cujo limite cronológico é quase impossível de ser estabelecido, uma vez que há jovens com estilo de velho e velhos com estilos muito joviais.

Um desses termos é senescência, que diz respeito ao envelhecimento normal, de acordo com as mudanças típicas da idade e de caráter universal. Outro termo muito comum é senilidade, um envelhecimento patológico, com envolvimento de doenças psiquiátricas e neurológicas e culminando com o estágio final da vida. Outro termo forte é autonomia, o exercício do autogoverno, o direito da privacidade, a capacidade de ser responsável por si mesmo, ter a liberdade de fazer escolhes, tomar decisões e ter a sua privacidade respeitada.

Dois outros termos muito vinculados ao tema são fragilidade e dependência. Fragilidade é uma vulnerabilidade que o indivíduo apresenta aos desafios do próprio ambiente; condição observada em pessoas que apresentam uma combinação de doenças ou limitações que reduzam sua capacidade de se adaptar a doenças ou situações de risco. A dependências e traduz por uma ajuda indispensável para a realização dos atos elementares da vida; ela não é um estado permanente; é um processo dinâmico cuja evolução pode se modificar e até ser prevenida ou reduzida se houver um ambiente e assistência adequados; não é apenas a incapacidade que cria a dependência, mas sim o somatório da incapacidade com a necessidade.

A nomenclatura foi completada com o termo qualidade de vida, significando a percepção do indivíduo de sua posição no contexto da cultura e do sistema de valores nos quais ele vive e também em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações; qualidade boa é aquela que proporciona um alto grau de satisfação a um indivíduo, sem prejuízo de outros.

A palestrante fez um convite à reflexão dos presentes, propondo que respondessem à pergunta de quando e como perceberam a chegada da velhice em suas vidas. As respostas foram variadas, com muitos exemplos engraçados, mas extremamente sinceros e todos levando à compreensão de que o envelhecimento é algo sutil, sequencial, universal e irreversível, mas com um perfil pessoal, pois ela também depende da atitude de cada pessoa.

Fonte – Inpa

Foto – Divulgação

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