Com mais de 750 espécies coletadas e 80 mil famílias de plantas já identificadas o herbário do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ) de Parintins da Universidade Federal do Amazonas começa a se constituir por meio do trabalho do docente Elton Lehmkuhl que desenvolve o projeto. A coleta das espécies vegetais ocorre na região do Baixo Amazonas, município de Parintins, e se propõe a criação de inventário com coleção biológica, material vegetal e organismos fotossintetizantes.
O docente do curso de Zootecnia do ICSEZ, Elton Lehmkuhl, coordena o projeto do herbário do Instituto localizado no município de Parintins (O docente ministra aula para o curso de Zootecnia, mas como transversal já ministrou aulas para Pedagogia e Educação Física). O herbário é como um museu que arquiva informações biológicas das espécies coletadas de uma área vegetal e disponibiliza ao público para pesquisas. Além das espécies vegetais, o trabalho se estende na coleta de algas microscópicas nos igarapés do município e no Rio Amazonas. O docente e a equipe, são dez pessoas, já coletaram cerca de 750 espécies e 80 mil famílias de plantas e começaram a estruturar o local que está localizado na Ufamzinha, ao lado da Praça dos Bois, em Parintins, para armazenamento do material que foi coletado.
Os exemplares coletados, devidamente secos e herborizados ou acondicionados em frascos, com o objetivo de manter as características genéticas e morfológicas o mais semelhante possível de quando estavam vivas, vão compor o arquivo do herbário e dará suporte para vários projetos de pesquisa, tanto de graduação quanto de mestrado, e se constitui como fonte de conhecimento de uma região menos pesquisada nesse nível de investigação científica.
O projeto tem como objetivo promover o levantamento de plantas tóxicas, plantas em pastagens, aquáticas, alimentícias não convencionais (PANCs) e plantas que são ou podem ser usadas em viveiros de peixes.
“Nossa coleção e projetos que suporta, armazena informações culturais (relações das pessoas e seus antepassados com as plantas, seja na alimentação animal, artesanato, alimentação das pessoas, entre outros), o herbário é também uma ferramenta de manutenção do conhecimento, não somente o levantamento, por conseguinte, as publicações provenientes deste trabalho faz o conhecimento popular acessar-se ao científico”, destacou o coordenador do projeto do herbário, Elton Lehmkuhl.
O pesquisador também ressaltou que a biodiversidade tem suas diferenças. “Há quem pense que a biodiversidade é similar, por ser da Amazônia. Mas não é tão parecida quanto imaginávamos, pois só depois que registramos uma parte, ainda que um estudo inicial, vimos que a biodiversidade tem suas diferenças, somente através de um estudo como esse que podemos afirmar como é a vegetação e partir disso descrever esses aspectos do local. Seria muito bom que a comunidade tivesse conhecimento sobre este projeto e eventualmente contribuísse e utilizasse essas informações. Temos mais de 750 amostras coletadas. O número que queremos é o que representa a flora do Baixo Amazonas. Ainda não sabemos o quanto esse número de coletas representa. Por isso, a intenção é chegar a um ponto que possamos afirmar com dados sobre a nossa biodiversidade, descrever a nossa riqueza vegetal”, afirmou.
Fonte – Ascom
Foto – Divulgação