Uma pesquisa inédita desenvolvida pelo Imaflora analisou ao todo 11 iniciativas mantidas por instituições de controle, organizações da sociedade civil, empresas, associações do agronegócio, bancos, grupos de pesquisa e meios de comunicação para entender a relevância dos dados abertos para o combate ao desmatamento, além de contribuir com novos elementos para o debate público relacionado ao uso e abertura de dados sobre este assunto. Entre as iniciativas avaliadas estão a Amazônia Protege, Ambiental Media, InfoAmazônia e MapBiomas.
Os resultados do estudo foram apresentados e debatidos no dia 3 de dezembro durante o webinar “Como Dados Abertos Contribuem para o Controle do Desmatamento”, que contou com a presença do Analista de Políticas Públicas do Imaflora, Bruno Vello, da pesquisadora do IPAM e Coordenadora Científica do MapBiomas, Julia Shimbo e do pesquisador do Laboratório de Gestão de Serviços Ambientais (LAGESA/UFMG), Felipe Nunes.
Diante do crescimento e da importância do uso dos dados por diversos setores da sociedade, Bruno Vello destacou o uso das bases de dados públicos por diferentes iniciativas no controle e monitoramento do desmatamento. “Os dados abertos permitem que cada um faça sua parte e contribua com novas soluções”, afirmou. Vello disse ainda que a “a agenda da transparência, pela força que ela vem ganhando na atuação do combate ao desmatamento, não pode sofrer retrocessos”.
“A transparência dos dados está diretamente ligada a qualidade dos dados a longo prazo. A transparência não é uma opção se você quer ser um provedor de dados confiável” afirmou o pesquisado Felipe Nunes, sobre as recentes ameaças aos órgãos produtores de dados e a descontinuidade do acesso público às bases ligadas ao governo federal.
A pesquisadora do IPAM, Julia Shimbo, ao apresentar a experiência do MapBiomas destacou que o uso de dados é uma ferramenta importante também para o monitoramento do uso e da cobertura da terra – um dos setores responsáveis pelo crescimento de quase 10% das emissões brasileiras em 2019, segundo dados do SEEG. “Não basta só ter acesso aos dados abertos e gratuitos, mas que eles sejam usados para causar mudanças efetivas, além de aumentar a fiscalização e responsabilização pelo desmatamento”, afirmou Shimbo.
Fonte – Ascom
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