E as tragédias vão se repetindo, somente hoje 15/05 a Abracopel recebeu 3 informes de incêndios originados em sobrecarga de fios e cabo e posterior curto-circuito.
Este último matou quatro crianças quando um ventilador pegou fogo no quarto em que dormiam no interior de Alagoas. E a pergunta permanece: até quando?
Segundo o Anuário, os incêndios deste tipo que em 2021 somaram 590 ocorrências com 47 mortes, saltaram, em 2022, para 819 ocorrências e 55 mortes, um total de 874 incêndios por sobrecarga de energia, originada em fios e cabos de péssima qualidade que podem estar dentro da sua casa!
FIOS E CABOS DESBITOLADOS – OS GRANDES VILÕES
O grande vilão de instalações elétricas em situação de risco são os fios e cabos chamados no mercado de ‘desbitolados’. Explicando de forma simples: os fios e cabos são feitos de cobre, que é um material nobre e, por isso mesmo, é a garantia de uma condução da energia com
segurança. Muitas empresas fabricantes de fios e cabos diminuem drasticamente a quantidade de cobre no interior dos cabos, ou pior, misturam o cobre a outros metais, o que o torna resistente à passagem da energia elétrica. E não pense em resistente como ‘mais forte’, o
termo resistente se refere à oposição da passagem da eletricidade, e o que acontece quando o cabo se torna resistente? Ele aquece, muito!
Aquecendo, ele vai derreter a camada de proteção (a parte de fora ‘colorida’dos cabos que atua como isolamento elétrico) e, pegar
fogo! É assim, simplificando muito, que acontecem os incêndios por sobrecarga de energia e consequente curto-circuito. E é, provavelmente, o que aconteceu quando o fio do ventilador no quarto das crianças aqueceu e se incendiou.
FUMAÇA TÓXICA
Um dos principais problemas de fios e cabos sem qualidade é que, ao pegar fogo eles liberam uma fumaça altamente tóxica, a pessoa envolvida em um incêndio originado em sobrecarga de energia, pode não morrer queimada e sim por aspirar fumaça tóxica.
Há um mês, um abrigo no Recife pegou fogo pelo mesmo motivo: sobrecarga em um ventilador. Ali morreram 4 pessoas, sendo 3 crianças e 1 cuidadora e outras 15 crianças foram internadas por aspirar fumaça tóxica. Algumas permanecem internadas até hoje.
MERCADO PROSTITUÍDO
O Sindicel, que é o sindicato das indústrias fabricantes de fios e cabos, luta, bravamente, pela moralização deste mercado, mas tem perdido essa batalha para empresas que insistem em fabricar produtos de baixíssima qualidade e invadir o mercado com um preço muito abaixo do
praticado pelas empresas certificadas.
O Sindicato, por meio da Qualifio, uma entidade criada especialmente para fiscalizar, ensaiar e certificar os fios e cabos, tem ‘comprado brigas’ com estas empresas usando o Inmetro, o Ipem e até a Delegacia de Defesa do Consumidor para mostrar à população o risco que ela corre ao
aceitar que um profissional que esteja construindo ou reformando sua casa compre ‘qualquer’ fio, ou aquele mais baratinho “já que eles ficam dentro das paredes mesmo!”.
Para se ter uma ideia, em 2022 a Qualifio coletou 742 amostras de fios e cabos, ensaiou 716, sendo que 523 apresentaram não conformidade e apenas 193 estavam de acordo com todos os índices de qualidade exigidos pelo Inmetro!
É urgente que os meios de comunicação mostrem à população brasileira o risco de construir ou reformar suas casas, comércios e indústrias usando produtos de baixa qualidade. O risco não é uma mancha na parede pela tinta ruim ou um piso quebrado de baixa qualidade, o risco ao usar fios e cabos desbitolados pode ser uma tragédia.
Assim, quando falamos da segurança com eletricidade, principalmente dentro da sua casa, estamos falando de fios e cabos de qualidade. Se informe! Procure a Qualifio em e o Sindicel em .
Fonte – Ascom
Foto – Divulgação




