Com mais de 1,2 milhão de quilômetros quadrados de área, o Pará é um estado continental. Uma dimensão que, nas últimas décadas, vem se traduzindo em destaque nacional no aproveitamento de áreas cultivadas e na produção agrícola. Neste 17 de Outubro – Dia Nacional da Agricultura -, o Estado tem motivos para comemorar, por exemplo, a liderança na produção de açaí e dendê, respondendo por 90% do volume nacional. O Pará também se destaca no país no cultivo de mandioca, cacau e abacaxi.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção agrícola do Pará em 2019 coloca o Estado no patamar de maior produtor nacional de mandioca, com 3,7 milhões de toneladas, abacaxi (312 mil toneladas) e cacau (129 mil toneladas).
“A pesquisa agrícola mensal, divulgada pelo IBGE, traz a produção agrícola do Pará em R$ 10,8 bilhões em 2019, superando em R$ 800 milhões a de 2018. O Estado se destacou na produção de mandioca, abacaxi e cacau, alcançando a posição até de maior produtor desses produtos”, informa Douglas Oliveira, gerente de Pesquisa do IBGE no Pará.
As maiores colheitas de mandioca, abacaxi e cacau foram nos municípios de Cametá (545 toneladas), Conceição do Araguaia (256 mil toneladas), e Altamira (991 toneladas).
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Hugo Suenaga, esses números resultam de planos estratégicos e de valorização do setor agrícola em todo o Pará. Segundo ele, hoje também é dia de reconhecer o empenho dos trabalhadores do campo. “Parabéns para todos os agricultores. Essa data celebra uma das atividades mais antigas da humanidade, a de cultivar a terra, retirando os alimentos essenciais para a subsistência e manutenção da economia”, ressalta o gestor.
Açaí e dendê – No país, a produção de açaí atinge R$ 30,2 milhões, dos quais o Pará responde por R$ 28,8 milhões. São 2,8 milhões de toneladas do fruto, dos 3 milhões produzidos em todo o Brasil. Ainda segundo o IBGE, o Pará é líder absoluto na produção de dendê. O volume nacional é de quase 2,6 milhões de toneladas – sendo 2,5 milhões oriundos do território paraense.
Os maiores produtores de dendê são os municípios de Tomé-Açu (2,1 milhões de toneladas), na região nordeste, e Tailândia (942 mil toneladas), no sudeste, e os que se destacam na produção de açaí são Cametá (com 746 mil toneladas) e Igarapé-Miri (400 toneladas) – na região do Baixo Tocantins.
Adepará: garantia de sanidade – Os investimentos do governo do Estado no setor e o trabalho desenvolvido pela Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) colocaram o Pará no topo da produção nacional de cacau, açaí e dendê, e ainda na quarta e quinta posições na produção de coco e banana, respectivamente.
Outras culturas, como a soja, representam grandes potenciais para o agronegócio paraense. A cada ano, sobe o número das áreas plantadas com soja, o que pode levar o Pará a ficar entre os quatro primeiros colocados no País nesta cultura.
A agricultura do Pará tem um papel muito importante na economia brasileira. A exportação de citros é significativa, por atingir outros estados e países, incluindo a União Europeia. Em 2017, uma carga de 23 toneladas de limão taiti foi exportada para a Inglaterra. O carregamento partiu de Monte Alegre, município do Baixo Amazonas (no oeste paraense), considerado o maior polo produtor estadual de limão.
Com a expansão da agricultura, cresce também a responsabilidade da Adepará em garantir a sanidade dessa produção. A Agência promove a defesa e inspeção vegetal, com realização de cadastros de propriedades e monitoramento de pragas, trabalho desenvolvido por meio da Gerência de Inspeção e Classificação Vegetal e Identificação Florestal (GICVF). Também é feito o levantamento de possíveis pragas que possam atingir as culturas, por meio da Gerência de Programas de Pragas Quarentenárias (GPQ).
A eficiência da Adepará neste setor deu ao Pará o status de área livre de cancro cítrico, monilíase do cacaueiro, amarelecimento letal das palmeiras e de pragas que podem atingir as plantações de banana. Levantamentos nas áreas cadastradas pela Agência são realizados para manutenção desse status, para evitar a perda da produção e, consequentemente, prejuízos à economia.
O fiscal estadual agropecuário Luiz Carlos Guamá, engenheiro agrônomo da Adepará, ressalta os benefícios sociais gerados pelo crescimento da agricultura no Estado. “Houve uma verticalização da agricultura, que gerou emprego e renda. Além das áreas produtoras disponibilizarem produtos in natura, foram criadas indústrias para obtenção de suco ou para produção de polpa”, acrescenta.
Fonte – Agência Pará
Foto – Divulgação