Cultura

Livro aborda a pandemia da covid-19 sob o olhar da geopolítica e da cooperação internacional

Graves diferenças sociais resultaram em impactos desiguais da pandemia do coronavírus em diversos países, indicando a necessidade de repensar o modelo em que vivemos e as formas de cooperação internacional. Esse é um dos pontos de partida do livro Covid-19: Passado, Presente e Futuro, lançado em dezembro pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

A publicação, que pode ser lida gratuitamente no Portal de Livros Abertos da USP, neste link, foi organizada pelo professor Wagner Costa Ribeiro que reuniu 13 temas a partir de eventos realizados de abril a julho de 2020 pelo Departamento de Geografia da FFLCH. Os autores participaram dos seminários Pandemias: passado, presente e o futuro?, das disciplinas Geografia Política e Geografia Regional do Brasil– Amazônia, ministradas por Ribeiro, e Geopolítica e covid-19, do grupo de pesquisa Geografia Política e Meio Ambiente, todos da FFLCH.

“Esta obra apresenta textos que reforçam a importância da cooperação entre países para enfrentar os desafios que a covid-19 gera. Além disso, destacam-se análises sobre a saúde global, a geopolítica da vacina e o jogo de poder entre os países que produziram alternativas para a vacinação, implicações da doença na União Europeia, em Cuba e no Brasil, com capítulos que destacam a Amazônia, o Nordeste e o município de São Paulo. Por fim, também apresenta reflexões sobre o futuro a partir de manifestações éticas e artísticas”, explica Ribeiro.

Com a situação de colapso no atendimento de pacientes de covid-19 no Estado do Amazonas, o livro destaca dois capítulos que tratam da região. O avanço da covid-19 na Amazônia legal faz uma análise sobre o avanço da doença no País e suas repercussões na Amazônia, considerando a pandemia em meio a uma crise política ambiental que refletiu-se de modo desastroso na região. Em A geografia da covid-19 no Amazonas: uma tragédia evitável, os autores abordam a questão do colapso no sistema de saúde e funerário e apresentam dados de pesquisas da Rede de Geógrafos para Saúde buscando entender porque a pandemia evoluiu de forma tão drástica no local.

“Segundo a pesquisa Regiões de Influência das Cidades (Regic) de 2019, o Amazonas possui 90,3% dos municípios com dependência direta do serviço de alta complexidade instalado em Manaus, sendo também uma das maiores médias (462 km) de deslocamento do território brasileiro para tratamento de saúde na rede de alta complexidade. [..] A centralidade dos serviços na capital é um fator que aumentou o risco para pacientes de casos graves da doença. A ampla extensão territorial do Estado e as distâncias a serem percorridas podem ser superiores a 1.000 km até a capital, e o principal modal de deslocamento, sendo fluvial, pode ampliar o tempo de viagem, acarretando letalidade conforme a gravidade dos casos da doença”, destacam os autores.

Mesmo com mudanças rápidas, incluindo a segunda onda de contaminações e o surgimento das vacinas, o livro apresenta questões que vão além da temporalidade, tratando da pandemia a partir do olhar da geopolítica em diferentes frentes e lugares, buscando pensar um futuro pós-covid-19. A construção da saúde pública global e a análise da geopolítica da vacina são exemplos de questões teóricas que estão presentes na publicação.

Para ler o livro on-line acesse: 

 

Fonte – USP

Foto – Divulgação

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