Manaus, mais uma vez, entra na programação da “Hora do Planeta”, uma das maiores mobilizações mundiais, organizada pelo Workd Wide Fund for Nature (WWF-Brasil), com o objetivo de chamar atenção para os problemas das mudanças climáticas no planeta. Segundo o prefeito Arthur Virgílio Neto, a capital da Amazônia tem fortalecido ações que colaborem para redução do aquecimento global e não poderia ficar de fora dessa movimentação global.
“Não acredito em desenvolvimento que não seja alinhado com a sustentabilidade, sem a preocupação com o meio ambiente e com o futuro da nação. A nossa matriz econômica mantém mais de 90% da nossa Floresta Amazônica preservada e, por isso, digo que o Brasil precisa conhecer mais a nossa Zona Franca”, defende o prefeito.
Ainda segundo Arthur Neto, Manaus assumiu o protagonismo amazônico ao participar da 23ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP23), realizada no final do ano passado, na cidade de Bonn, na Alemanha. “Mostramos nossa rica biodiversidade e o que Manaus tem feito para colaborar com as questões climáticas”, lembra, como, por exemplo, “a captura, coleta e queima limpa dos gases gerados pelo tratamento do lixo da cidade e o ousado plano de arborização”, cita o prefeito.
De 2016 a 2017, mais de 25 mil mudas de árvores já foram plantadas nos canteiros centrais, passeios e logradouros públicos da capital pelo projeto “Arboriza Manaus”. Este ano, com o “Ornamenta Manaus”, a prefeitura pretende chegar à marca de 50 mil mudas ornamentais plantadas, tornando as vias ainda mais humanizadas com a criação de jardins nos canteiros e outros espaços.
Além disso, a capital se destaca ainda pelo tratamento correto do lixo, que segue as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituida pela Lei nº 12.305/10, estabelecendo o Aterro Municipal de Manaus como um exemplo nacional. Longe da realidade dos ‘lixões’ ainda muito comuns no Brasil, o Aterro de Manaus não apenas cuida do lixo, mas também dá atenção aos impactos desses resíduos no meio ambiente.
A captura, coleta e queima limpa dos gases gerados pelo tratamento do lixo da cidade gera créditos de carbono, uma das ‘moedas universais’, instituídas pelo Protocolo de Kyoto, implantado em 1997, que estabeleceu ao mundo metas de redução de emissão de gases na atmosfera. Desde a implantação do serviço, foram reduzidas 2.073.796 toneladas de emissões de biogás (metano CH4 e CO2) na atmosfera de Manaus.
Gases gerados nos aterros sanitários geralmente são tratados através da queima direta em flares para que o metano contido nele possa ser transformado em dióxido de carbono, que possui um potencial poluidor várias vezes menor que o metano.
Programação
A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmas) e da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) está apoiando a “Hora do Planeta”, que acontece neste sábado, 24/3, a partir das 18h, no Parque Lagoa Senador Arthur Virgílio Filho (Lagoa do Japiim), na zona Sul de Manaus.
A programação gratuita inclui apresentações artísticas, feira gastronômica, distribuição de mudas, feira de artesanato, exposições sobre os benefícios da arborização e sobre o reaproveitamento de resíduos sólidos, além da distribuição de material educativo relativo à conservação da natureza e mudanças climáticas.
Manaus já figura no mapa das 145 cidades brasileiras que aderiram à mobilização e, este ano, a adesão ao movimento foi oficializada durante o 17º Encontro Regional do Fórum de Secretários de Meio Ambiente das Capitais Brasileiras (CB27), pelo secretário chefe da Casa Civil, Arthur Bisneto, e o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Antonio Nelson de Oliveira Júnior.
Para o diretor executivo da WWF-Brasil, Mauricio Voivodic, a situação do planeta é crítica, pois estudos feitos pela própria instituição mostram que as mudanças climáticas podem causar perda de até 69% das plantas, 74% dos anfíbios e 62% dos repteis da Amazônia. “Queremos aproveitar o movimento que a Hora do Planeta gera para que cada um de nós e cada ator da sociedade possam ajudar a reduzir os efeitos das mudanças climáticas”, explica.
Já o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula, destaca a importância de apoiar eventos como esse promovido pela WWF- Brasil. “É um ato simbólico para despertar a conscientização sobre as questões ambientais, que ganha o reforço da cultura e da gastronomia, para levar a mensagem de preservação ao maior número de pessoas possível. Manaus é a capital do Norte do país e que alia desenvolvimento e preservação, por isso, apoiamos esse projeto”, pontua.
Para o secretário da Semmas, Manaus este ano foi referência para outras duas capitais da Região Norte, que também fizeram a adesão, como Belém e Boa Vista. “A adesão marca o compromisso das cidades com a necessidade de reflexão e tomada de medidas concretas com a finalidade de reduzir o consumo e repensar as fontes sustentáveis de geração de energia”, reforça Antonio Nelson.
O apagar das luzes da Lagoa, ato característico da Hora do Planeta, está previsto para ocorrer a partir das 20h30.
‘Hora do Planeta’
A Hora do Planeta é a maior mobilização do mundo na conscientização sobre as mudanças climáticas e já faz parte do calendário brasileiro em muitas cidades. Em 2017, foram ações em sete continentes, em 187 países e territórios, com mais de três mil monumentos apagados. Somente no Brasil, foram 145 cidades e mais de 600 monumentos participantes, envolvendo 250 mil pessoas. Em Manaus, o evento é realizado desde 2012.
Fonte – Semcom