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Negociação para produção de veículos elétricos busca reverter efeitos da desindustrialização

O Sindicato dos Metalúrgicos está negociando a vinda de montadoras chinesas para a região do ABC paulista, com o objetivo de incentivar a produção local de ônibus e outros veículos elétricos, aproveitando a existência de um parque industrial consolidado na região, além de mão de obra qualificada e a presença de universidades, escolas técnicas e institutos de ciência e tecnologia que podem dar suporte técnico às montadoras.

Novidade

Segundo Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, essa iniciativa é pouco comum da parte do sindicato, mas representa uma reação dos metalúrgicos à saída de empresas montadoras da região. “É uma mudança de postura bastante interessante, porque na história dos sindicatos eles sempre trabalham na tentativa de manutenção dos postos de trabalho já existentes, e é uma iniciativa agora que busca atrair empresas para a região do ABC.”

A região do ABC tem uma infraestrutura pronta para ser utilizada e que representa uma resposta à altura da desindustrialização que ocorreu na região por volta dos anos 1980. “Nós não podemos deixar de lado todo o acervo técnico que temos na região do ABC em termos de empresas, fornecedoras de autopeças, capacitação técnica dos funcionários, escolas técnicas, ou seja, nós temos todo um ambiente muito proativo no sentido de facilitar a ação de novas empresas”, defende.

Benefícios
Um dos pontos positivos dos carros elétricos é o uso de energia limpa e a baixa emissão de gases poluentes, além de ser econômico para quem produz. “Eu vou produzir o veículo já praticamente do lado de onde ele vai ser utilizado, então isso reduz custos de transporte e custos de manutenção”, aponta Côrtes.

Além disso, é um tipo de veículo mais simples e que dispensa manutenções constantes. “O veículo elétrico é um veículo que não tem câmbio, então a quantidade de componentes mecânicos que se tem é muito menor, você não tem necessidade de periodicamente fazer troca de óleo e outras manutenções.” A opção representa também um ganho de tempo e eficiência nas atividades. “As montadoras têm desenvolvido redes de recarga e as recargas estão ficando rápidas, porque em cerca de 15 minutos que essa pessoa parar para almoçar ela consegue carregar 80% da bateria e isso já dá uma autonomia muito grande”, acrescenta.

 

Fonte – USP

Foto – Divulgação

 

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