Cultura

Nesta sexta (9), inicia a temporada 2019 do Sonora Brasil Sesc

Os Kariri-Xocó vivem na região do baixo São Francisco em Alagoas e, em 2010, somavam cerca de 2000 indivíduos. A música tradicional dos Kariri-Xocó, o toré é um ritual indígena mágico-espiritual, que envolve performance corporal e música. Os torés tradicionais não têm letras e utilizam os buzos (espécie de flauta), maracás de mão e de tornozelos. No repertório, além dos torés, estão os rojões, que já fazem parte da tradição musical deste povo e são um reflexo do trabalho nas fazendas e da dinâmica de trocas culturais ocorridas na região. As letras cantadas em português possibilitam conhecer um pouco da história do povo, falando do cotidiano dos indígenas nas colheitas ou nos dias atuais, ou trazendo sincretismos religiosos e remetendo ao tempo da colonização quando eram obrigados a praticar suas tradições secretamente.

As músicas tradicionais do povo Fulni-ô são o toré e a cafurna. O Toré é um ritual sagrado, o cântico coletivo sem letra é o único canto que usa instrumentos de sopro junto à percussão e que segundo seus praticantes é o mais antigo dos Fulni-ô. O toré afirma a união e é praticado em ocasiões especiais. As cafurnas, em yaathe unakesa, são manifestações de sentido múltiplo, pois se referem à dança, à música, aos modos de cantar, à profecia, ao estilo e tradição e à estética. São cantadas e acompanhadas de maracás de mão e de tornozelo e retratam a realidade e o contexto indígena, tratando de temas que abrangem aspectos como preservação da natureza, reverência aos animais da região e identidade indígena.

Fonte – Sesc

Foto – Divulgação

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