As fases de colheita e pós-colheita do guaraná são essenciais para a rentabilidade e a sustentabilidade de quem trabalha com a cultura. Com o objetivo de capacitar os produtores familiares que integram o Projeto Expansão da Guaranaicultura – Criação do Corredor Metropolitano da Cultura do Guaraná, a Embrapa Amazônia Ocidental promoveu o curso Colheita e Pós-colheita de Guaraná, no dia 06 de novembro, em Presidente Figueiredo (AM). As atividades foram realizadas na plantação da Agropecuária Jayoro, que possui uma área de mais de 500 hectares de guaraná implantada, e teve como objetivos apresentar informações técnicas e práticas sobre essas fases. Além da Agropecuária Jayoro, a iniciativa teve apoio da empresa Sabores Vegetais do Brasil.
Na abertura do evento, a coordenadora do projeto Expansão da Garanaicultura, a pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental Rosângela Reis, ressaltou que essa foi a última capacitação promovida no âmbito do projeto, que iniciou em 2016 e tem previsão de término no primeiro semestre do próximo ano. “Dentro do plano de capacitação, realizamos cursos que abrangem todas as fases para a implantação da cultura, desde a escolha e preparação da área, adubação e correção de solo, tratos culturais e manejo até a fase da colheita e pós-colheita”, salientou a pesquisadora. Esse último curso contou com a participação de cerca de 60 produtores familiares de comunidades dos municípios de Reio Preto da Eva, Manacapuru, Iranduba, Presidente Figueiredo e Manaus.
Entre os temas abordados durante a capacitação estava a demonstração do ponto certo para a realização da colheita das sementes de guaraná. De acordo com o pesquisador Lucio Pereira dos Santos, coordenador do curso, como o processo de maturação ocorre em diferentes momentos em uma mesma planta é necessário que essa mesma planta seja visitada diferentes vezes no período de colheita. “Toda a colheita é feita de forma manual e exige que o produtor seja capacitado para evitar o máximo possível de perdas nesse momento, o que pode afetar a rentabilidade”. Segundo o pesquisador, em plantios comerciais a colheita representa em torno de 50% do custo total de produção, pela necessidade de contratação de mão de obra. Os produtores puderam conhecer também o processamento das sementes após a colheita na Jayoro. Com um sistema totalmente automatizado é realizado o despolpamento e a secagem da semente, que depois segue para processamento industrial.
Durante o curso, o pesquisador Adauto Tavares falou também sobre a principal praga que ataca a cultura, o tripis do guaranazeiro, um pequeno inseto que pode reduzir significativamente a produtividade. Segundo ele, o combate a praga pode aumentar em até 20% os custos de produção, o que pode inviabilizar a produção do guaraná, especialmente em propriedades familiares. “Por isso, o recomendado é evitar a presença do inseto. Nesse sentido, o produtor sempre deve plantar mudas com procedência e tratamento, evitando assim que se leve o inseto de outros locais para a área plantada”, destacou.
O Projeto Expansão da Guaranaicultura – Criação do Corredor Metropolitano da Cultura do Guaraná, desenvolvido pela Embrapa Amazônia Ocidental, tem como objetivo aumentar a produção de guaraná visando atender a demandas das indústrias instaladas em Manaus. Nesse sentido, foram implantadas Unidades de Referência Tecnológicas (URTs) em comunidades de produtores de base familiar nos municípios de Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo, Manacapuru, Iranduba e Manaus. Um dos objetivos do projeto é que as URTs sirvam de modelo para outros produtores, fortalecendo a atividade no Amazonas e aumentando a produção do fruto.
Fonte – Embrapa
Foto – Divulgação