O mundo está vivendo uma grande guerra contra um inimigo invisível, o novo coronavírus. Entre as armas para vencer essa guerra está a dupla água e sabão. Mas o que fazer quando uma parte da população só tem acesso à água de má qualidade, que pode ajudar a proliferar ainda mais não só este novo inimigo, como muitos outros que causam doenças epidêmicas? Mais uma vez, ciência e tecnologia podem trazer as soluções.
É exatamente isso que a pesquisadora e professora Vânia Neu, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), vai mostrar durante a palestra “Meio Ambiente e doenças epidêmicas: redução de riscos por meio de tecnologias sociais”, que faz parte do ciclo de palestras e debates promovido pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet) em alusão à Semana Estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento. O tema do evento deste ano é “Em tempos de Pandemia”, e a programação ocorrerá no período de 23 a 26 deste mês.
A palestra será realizada às 10 h no dia 23 (terça-feira). Vânia Neu conta que vai fazer a contextualização da origem de algumas doenças e epidemias, relacionando com a questão da água de má qualidade, observada muitas vezes em comunidades ribeirinhas da Amazônia, que utilizam a água poluída dos rios para atividades do cotidiano, como cozinhar e tomar banho. Ela também vai explicar como tecnologias sociais simples podem ser alternativas para que essas famílias vivam com o mínimo de dignidade. A professora trabalha com a implantação do banheiro ecológico e do sistema de captação de água de chuva. Ambos levam saneamento e água potável para essas comunidades.
Vania Neu alerta que a pandemia pela qual o mundo está passando não será a última. “Devido ao grau de degradação que se tem dos ecossistemas, o homem fica muito próximo de uma série de patógenos. Por isso, futuramente virão outras pandemias. Mas quando se leva água e saneamento para as pessoas, elas têm condições mínimas para viver e enfrentar essa situação”, esclarece a professora que acredita que a falta de água potável e de saneamento está na origem de 90% das doenças que existem na Amazônia, principalmente no meio rural. Ela destaca ainda que, neste momento delicado, é importante que a gestão municipal garanta a água potável para a população que não tem acesso a esse serviço.
Palestras e debates – A Semana Estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento foi instituída pela Lei 8.841, de 8 de abril de 2019, com o objetivo de promover, incentivar e divulgar atividades de ciência, tecnologia e inovação, inclusive seus avanços. Devido ao isolamento social como medida fundamental para o combate à pandemia de Covid-19, este ano o ciclo de palestras e debates preparado pela Sectet, por meio da Diretoria de Ciência e Tecnologia (DCT), será todo on-line, com a utilização de ferramentas Google e apoio da empresa de inovação Inteceleri, localizada no Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT-Guamá).
Instituições com palestrantes no evento: Unirio, UFPR, UFPA, Uepa, Ufra, IFPA, Sebrae no Pará, UFF, Açaí Valley, Conjove, Finep, Observatório MCFC, INPI, RV ARQ, Sírio Libanês, Associação Arapiuns, ParaTic, Interceleri, ACTA, PCT Guamá, Abipti, NDAE, CMC -OAB, SBPC, Associação dos Produtores de Leite e Queijo, Conab, Sedap, Instituto Senai de Inovação em Tecnologia Minerais, Amachains, Redescobrindo Nosso Brasil, Ufam, Anprotec, Ufopa, Fapespa, entre outros.
Fonte – Agência Pará
Foto – Divulgação