Em dia de estreia mundial em Gramado, o primeiro filme dirigido por Dira Paes recebe cartaz e teaser oficiais. Selecionado para a mostra competitiva do festival, o longa será exibido pela primeira vez hoje, dia 13 de agosto, às 18h, no Palácio dos Festivais.
Estarão presentes a diretora, que também é roteirista, produtora e protagonista da narrativa, o diretor de fotografia e produtor Pablo Baião, e a produtora Eliane Ferreira. Ao todo, sete longas-metragens participam da competição. A produção foi assinada pela Muiraquitã Filmes, Imã Filmes e Baderna Filmes, com coprodução da Globo Filmes. A distribuição será feita pela Bretz Filmes. O filme recebeu patrocínio do Banco da Amazônia, além de contar com o apoio do Governo do Estado de São Paulo, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, do Governo Federal e do Ministério da Cultura, através da Lei Paulo Gustavo.
Após construir uma longa trajetória na atuação e se consolidar como uma das grandes atrizes brasileiras da atualidade, Dira retorna a Gramado para uma vivência inédita, agora como a idealizadora de um longa.
“Sempre quis viver a experiência de fazer cinema em todas as etapas da sua criação e artesania, começando por uma ideia original. Estar em Gramado como diretora e atriz é relembrar a minha trajetória, foram tantos filmes, tantas emoções.”, conta.
“Vivenciar uma nova experiência, agora como diretora, faz tudo parecer como se fosse a primeira vez. ‘Pasárgada’ recebeu o Prêmio WIP Paradiso e passou por dois importantes laboratórios dos festivais internacionais de Karlovy Vary (República Tcheca) e Guadalajara
(México), mas estrear em Gramado celebra a brasilidade do nosso filme.”, complementa a diretora-atriz.
Nascida no Pará, em meio à Floresta Amazônica, a conexão de Dira com a natureza e seu compromisso com o ativismo ambiental foram elementos importantes para a construção da narrativa. Os dados de que, no Brasil, 80% dos animais contrabandeados são pássaros e que o tráfico de animais silvestres é o terceiro maior do mundo, perdendo apenas para armas e drogas, acionaram ainda mais as inquietações da cineasta para tratar desse universo em “Pasárgada”. Uma de suas principais atividades durante o desenvolvimento do roteiro foi a observação de pássaros, fator determinante para a escolha da profissão da protagonista Irene. “Inspirada pelos versos do grande poeta modernista Manuel Bandeira, comecei a refletir sobre o poema ‘Vou-me embora pra Pasárgada’, e sobre o desejo
que todos temos de alcançar o nosso paraíso particular, lugar onde a felicidade parece possível, ainda que de maneira onírica”, explica Dira.
Para transmitir as sensações de Irene e convocar o espectador a compartilhar o cotidiano da pesquisa de uma ornitóloga, a diretora dedicou muita atenção ao desenho de som do filme. “Para uma ornitóloga como Irene, ouvir é ver de olhos fechados. Então a identificação do espectador é vivenciar as nuances daquele mundo de sons. Sentir o que a personagem sente é em grande parte ouvir o que ela ouve”, conta. Por isso, este é um filme sensorial que dá espaço aos sons da natureza e à maneira como eles nos afetam e se relacionam com quem circula pela floresta. “’Pasárgada’ é a jornada solitária de uma ornitóloga que, surpreendida pelo resgate da sua tropicalidade, entra em contato com dilemas e escolhas, enfrentando as consequências de suas pesquisas naquele paraíso”, conclui Dira. “Quem dera que pudéssemos voar tão livremente quanto os pássaros”.
Sinopse: Irene é uma ornitóloga, solitária em seus 50 anos que, durante seu projeto de pesquisa no meio da floresta, redescobre sua tropicalidade após conhecer Manuel, um jovem guia que fala a língua dos pássaros e traz à tona seus dilemas como mulher, mãe e profissional.
Fonte – Ascom
Foto – Divulgação