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Primeira cooperativa de geração de energia a partir da biomassa é lançada em Curitiba

Nesta quarta -feira dia 5 de abril aconteceu o lançamento comercial das duas primeiras Cooperativas de Energia Paraná que vão gerar energia a partir de biomassa lenhosa. As cooperativas integram o sistema Ecoperativa, o primeiro sistema de cooperativas para geração de energia de fontes alternativas limpas, fundado em Curitiba. A primeira unidade está em fase de construção em Fazenda Rio Grande, Região Metropolitana de Curitiba com previsão de geração de energia para o início de 2019.

A geração de energia elétrica será feita a partir de resíduos de biomassa lenhosa, oriundas de podas de árvores das ruas, parques e praças da região metropolitana de Curitiba, seguindo os conceitos de geração distribuída, permitida pelas resoluções nº 482/2012 e nº 687/2016 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

“Optamos inicialmente por utilizar a biomassa oriundas de podas de árvores das ruas, parques e praças de Curitiba, devido a vários fatores, entre eles, a alta disponibilidade desta matéria-prima no estado como passivo ambiental”, explica o presidente da Cooperativa de Energia Paraná 1 (PR1), Paulo Rabelo.

A PR1 atenderá o público consumidor residencial e a Cooperativa de Energia Paraná – PR2 atenderá empresas com pequeno e médio consumo. As cooperativas terão, somadas, cerca de 13.000 cotas de energia para distribuir entre seus cooperados.

Geração de energia

O total de consumidores que produzem a própria energia saltou de quatro conexões registradas na Aneel, em 2012, para 36,1 mil em março de 2018. Estima-se que, no ano de 2024, serão mais de 1,2 milhão de consumidores produzindo o equivalente a 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada. Um estudo da DataFolha realizado em 178 municípios de regiões metropolitanas e cidades do interior do Brasil revela que 140 milhões de brasileiros manifestam interesse de gerar energia para consumo.

A energia gerada pelo sistema Ecoperativa será utilizada exclusivamente para o uso de seus cooperados, que podem ser famílias, pequenas e médias empresas com consumo registrado mínimo de 50 kWh/mês.

O vice-presidente da Ecoperativa, Ismenio Castro Braga Junior, assinala que a instalação de equipamentos para geração de energia de forma individual, sem ser através de uma cooperativa, exige aproximadamente 2 a 5 vezes mais investimento do que uma solução coletiva como a cooperativa de energia. Além disso, ressalta que neste modelo, o consumidor não precisa alterar em nada o seu imóvel, e todos os trâmites legais e financeiros junto à concessionária são feitos pela própria cooperativa.

“O cooperado que gerar a própria energia por meio de biomassa terá uma economia de 20% no gasto com o consumo de energia no caso de empresas e de até 30% no caso de residências”, calcula Braga Júnior. Outro fator importante é que o consumidor fica imune à incidência de bandeiras tarifárias na sua conta. Nos últimos 25 meses, 20 deles tiveram a incidência de alguma bandeira tarifária, conforme matéria da revista Proteste edição de março de 2018.

Energia a partir da biomassa

A biomassa é uma das fontes alternativas de energia com maior potencial de crescimento nos próximos anos, além de apresentar ampla capacidade de contribuir para a diversificação da matriz energética. As mais conhecidas são a biomassa proveniente de resíduos lenhosos, carvão vegetal, babaçu, óleos vegetais, resíduos vegetais, sisal, casca de arroz, cana de açúcar, dentre outros. A Agência Internacional de Energia (AIE) calcula que dentro de aproximadamente 20 anos cerca de 30% do total da energia consumida pela humanidade será proveniente das fontes renováveis, que hoje representam 14% da energia produzida no mundo, em que a biomassa tem 11,4% na participação da oferta.

O Brasil possui tecnologia já plenamente desenvolvida para gerar energia a partir de biomassa, o que resulta na economia de investimentos e custos, e na transformação dos resíduos em energia limpa e mais barata, contribuindo assim para sustentabilidade e limpeza do meio ambiente. O país também conta com diversos produtores e fornecedores nacionais da maior parte dos equipamentos e insumos necessários. “Fizemos estudos financeiros exaustivos entre as matrizes renováveis e escolhemos a biomassa, que também é a mais econômica para os consumidores, em relação, por exemplo, à energia solar e eólica”, afirma Paulo Rabelo.

Ecoperativa

As Cooperativas de Energia Paraná I e II, pertencentes ao sistema Ecoperativa, tem sede administrativa na Rua José de Alencar, nº 60, em Curitiba-PR. Iniciam as atividades com uma estrutura otimizada: presidente, vice-presidente, diretor (secretário e financeiro), e conselho fiscal. Os departamentos de projetos, manutenção, administração, técnico e tarifação são terceirizados. O lançamento comercial da Cooperativa de Energia Paraná I e pré-lançamento da Cooperativa de Energia Paraná II aconteceu durante evento em Curitiba no Espaço Encontro da Amazônia.

Fonte – Juranda News

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