Projeto Música e Cidadania do Pará está com inscrições abertas

Cultura

A Fundação Carlos Gomes (FCG) está com inscrições abertas para cursos de música nos 15 polos do Projeto Música e Cidadania. As aulas são ministradas em paróquias, sedes de organizações não governamentais e associações assistenciais localizadas em diversos bairros da região metropolitana de Belém. As inscrições podem ser feitas até o dia 02 de março nas instituições parceiras.

O objetivo do projeto é promover o acesso de crianças, adolescentes, jovens e adultos à educação musical e só é possível graças a parcerias com instituições públicas, como a Fundação Pro Paz e o Ministério Público do Trabalho, e também com ONG’s.

Criado em 1999, o ‘Música e Cidadania’ surgiu como uma forma de descentralizar o ensino musical do Instituto Estadual Carlos Gomes (IECG), que a cada ano recebe um número maior de candidatos interessados em aprender a tocar um instrumento. O projeto ajuda a descobrir talentos e possibilita que jovens oriundos dos polos possam, posteriormente, participar da seleção para os cursos regulares ofertados pelo IECG.

‘Nesses 19 anos o que temos percebido é que nossas ações têm propiciado a real democratização da educação musical. Por meio desse projeto, temos possibilitado tanto o acesso dos alunos ao ensino musical como o exercício da docência para os alunos do IECG. Trabalhamos diretamente com crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social e chegarmos a essas comunidades por meio de convênios com as ONG’s. Contribuímos também para a formação de plateia. É uma transformação que ocorre na comunidade, tanto para o aluno quanto para as famílias, que começam a perceber o valor da música”, detalha o cantor Reginaldo Viana, coordenador do projeto.

Atualmente, existem 15 polos de educação musical do Projeto Música e Cidadania. Quatro deles são fruto da parceria com o Ministério Público do Trabalho, outros quatro abertos em parceria com a Fundação Pro Paz e sete em parceria com organizações não governamentais. Nos polos do Pro Paz estudam alunos de até 15 anos e nos locais atendidos por ONG’s recebemos jovens na faixa até 18 anos. Há também polos, como o que funciona na Associação Paraense de Pessoas com deficiência (APPD), onde não há limite de idade para aprender a tocar um instrumento musical.

Equipe – Para viabilizar o projeto, a FCG tem uma equipe formada por um professor coordenador, um técnico, um auxiliar e duas assistentes sociais, que atuam diretamente nas ações. O corpo docente é formado por aproximadamente 35 professores (com formação de nível superior, musicistas e bolsista do nível técnico e bacharelado). Cada polo tem sua equipe de coordenação, assistentes administrativos e/ou técnicos que colaboram na execução das atividades.

‘Para as famílias é muito importante contar com essa iniaciaitiva porque ela ajuda a fortalecer os vínculos familiares, abre a possibilidade de novos projetos de vida e de convivência com outras pessoas, além de fomentar o ensino da música. E isso tudo tem reflexos no comportamento desses jovens, na relação com os pais e na educação formal, porque eles aprendem a ter mais disciplina, mais concentração e mais dedicação. Ou seja, influencia na vida como um todo”, explica Ana Mara, assistente social da Fundação Carlos Gomes, que atua diretamente com as instituições parceiras do projeto.

Convênios – Em 2017, a Fundação Carlos Gomes firmou convênio com o Ministério Público do Trabalho para aliar o projeto Música e Cidadania ao projeto de reinserção social para adolescentes em conflito com a lei. Por meio dele foram criados quatro polos:

ADRA (Una): Jovens da região metropolitana de Belém em conflito com a lei;

Vila da Barca (Telégrafo): Crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social da Vila da Barca, Barreiro, Pratinha, Telégrafo, Sacramenta e Icoaraci;

APPD (São Brás): Pessoas com deficiência associados da região metropolitana de Belém, jovens e adultos de bairros diversos com idade até 70 anos.

Centro de Estudos e Defesa do Negro no Pará – Cedenpa (Cremação): Cremação, Jurunas, Condor, Guamá, Batista Campos e Nazaré (área periférica).

No ano passado, o projeto atendeu 2223 alunos nos polos espalhados pela região metropolitana de Belém. De 2011 até hoje, 17.600 jovens passaram pelas aulas de educação musical proporcionadas pelo projeto.

O trabalho de educação musical nos polos

Os polos iniciam com atividades de sensibilização musical, que permite aos alunos o conhecimento musical básico por meio da musicalização. Cada turma tem 20 alunos e carga horária de duas horas semanais. Após essa etapa, os alunos passam a ter acesso aos instrumentos musicais escolhidos no ato da matrícula.

 

Fonte – Agência Pará

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