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Ribeirinhos da RDS do Piranha em Manacapuru entregam ao Ipaam plano para manejo de jacaré

Moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Piranha, localizada em Manacapuru, estiveram em Manaus essa semana para apresentar o plano de manejo de jacarés na Unidade de Conservação (UC). Nesta sexta-feira (01/03), eles entregaram o documento nas mãos do presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente.

O jacaré, em grande quantidade em rios e lagos do interior do Amazonas, pode ser uma fonte de geração de renda sustentável para centenas de famílias ribeirinhas do estado. A carne, apreciada na culinária de parte da região, e o couro, admirado no mercado da moda, podem contribuir para a redução da pressão sobre o desmatamento por ser uma atividade econômica sustentável, e reduzindo a superpopulação do réptil em rios e lagos locais.

Para o titular do Ipaam, o manejo de jacaré é uma das pautas da agenda da nova gestão do instituto, que tem por objetivo apoiar produções aliadas à conservação.

“Essa agenda está na pauta do Ipaam e vamos estudá-la para promover a sustentabilidade para as famílias da região. Vamos analisar tecnicamente o plano, discutir com a comunidade os desafios e caminhar juntos”, enfatizou. Além do presidente do instituto, estiveram na ocasião o superintendente geral da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Virgílio Viana, o presidente da Cooperativa dos Produtores Extrativistas do Piranha (CPEP), José Maria e a superintendente-técnica da FAS, Valcleia Solidade.

Controle – O manejo visa assegurar que a captura dos jacarés seja desenvolvida controlando a superpopulação dos répteis, mas com regras para exploração. Além da cota estabelecida para captura, os jacarés deverão ter tamanho mínimo para abate, o que permitirá que os filhotes tenham vida futura.

“Nós da Reserva do Piranha vemos o jacaré como oportunidade e entendemos que pode ser uma chance para que as famílias possam gerar renda agregando valor para a comunidade”, explicou o presidente da cooperativa, José Maria.

Para o superintendente-geral da FAS, Virgílio Viana, a entrega do plano simboliza o amadurecimento de uma discussão de vários anos.

“O manejo do jacaré é uma pauta antiga que vem sendo trabalhada há muito tempo pela FAS nas diferentes áreas onde atuamos. É motivo de grande satisfação ver que a situação do manejo na RDS do Piranha está madura e esperamos que tenha resultados concretos nos próximos meses. Isso será um marco histórico para o desenvolvimento sustentável do Amazonas”, explicou.

O manejo sustentável de jacaré será realizado com segurança e procedimentos de qualidade. Os ribeirinhos usarão Equipamentos de Proteção Individual (EPI) durante a captura, bem como tratarão os jacarés em unidades especializadas de evisceramento. A ação conta com apoio do Programa de Geração de Renda da FAZ e do Fundo Amazônia/BNDES.

Apoio – Liderada pela cooperativa, a elaboração do plano contou com apoio da FAS, do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável (Idam) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável de Fonte Boa (IDS Fonte Boa). Segundo documento, aprovado junto ao Ibama, o estoque dos lagos da RDS do Piranha gira em torno de 80 mil jacarés, dos quais, se aprovados, terão 10% explorados.

 

Fonte – Secom

Foto – Divulgação

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