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Rios do Amazonas ultrapassam a cota de inundação severa e chance de cheia histórica aumenta, segundo previsão do Serviço Geológico do Brasil

O nível do rio Negro em Manaus atingiu 29,03m nesta sexta-feira (30), quando o Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) transmitiu o “2º Alerta de Cheias Manaus 2021”. Essa marca indica que a cota de inundação severa, de 29,00m, foi ultrapassada no município. A mesma cota de referência já havia sido atingida para os outros municípios incluídos nos estudos, Manacapuru e Itacoatiara, ao longo do mês de abril. Para o SGB-CPRM, a cota de inundação é caracterizada quando a inundação passa a gerar impactos severos ao município. Acesse aqui o vídeo da TV CPRM: 

O 2º Alerta de Cheias teve como objetivo atualizar as informações apresentadas no “1 o Alerta de Cheias Manaus 2021”, com base no comportamento dos rios e das chuvas observados desde então. Os resultados apresentados hoje confirmaram as previsões iniciais de que se pode esperar cheias de grandes magnitudes para a região central da Amazônia, ao longo dos próximos meses. Em termos numéricos, a probabilidade de que o rio Negro atinja a máxima histórica observada em 2012 subiu para 56%. O rio Solimões, na cidade de Manacapuru, está hoje em 19,86m, e o rio Amazonas atingiu 14,61m em Itacoatiara. Nesse trecho, os rios continuam enchendo normalmente até os meses de junho ou julho.

O mês de janeiro foi muito chuvoso na região de Manaus em toda bacia do rio Negro, e as chuvas continuaram volumosas nas bacias dos rios Negro, Branco, Purus e Juruá. Segundo Renato Cruz Senna, meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), essas bacias contribuem especialmente para a cheia do rio Negro em Manaus. Além disso, está em curso o fenômeno La Niña, que resfria os oceanos e faz com que a zona de formação de nuvens seja empurrada para áreas mais ao norte da região, onde se concentra o fluxo de umidade. “O La Niña está terminando, mas isso não garante que as formações de nuvens se encerrem imediatamente”, afirmou o meteorologista.

Segundo Luna Gripp, pesquisadora em geociências responsável pelo Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) da Bacia do Amazonas, o grande volume de chuvas observado no princípio do ano fez com que o nível dos rios amazônicos subisse rapidamente, padrão este que está atuante até agora. Assim, mesmo que o padrão de chuvas observados se mantenha dentro do esperado para o período daqui para frente, o fato dos níveis dos rios já estarem expressivamente altos, contribui para as altas probabilidades apresentadas, de observamos cheias de grandes magnitudes nesses rios em 2021.

 

 

A Defesa Civil do Estado do Amazonas estima que 108 mil pessoas já tenham sido afetadas pela cheia nas calhas dos rios Juruá, Purus e Madeira em 2021. De acordo com o Tenente-Coronel Clóvis Araújo Pinto Júnior, coordenador de operações da Defesa Civil do Amazonas, no total, 31 municípios estão atualmente em situação de Alerta, 14 em situações de Emergência e 2 em Atenção no estado do Amazonas. Entre as ações realizadas até o momento estão a entrega de cestas básicas, a implantação de estações móveis de tratamento de água e a instalação de purificadores de água para o fornecimento de água potável para a população.

Para a capital Manaus, o Plano de Contingência para o enfrentamento da enchente da Prefeitura estima que entre 4 e 6,5 mil famílias serão atingidas pela cheia esse ano. A informação foi repassada pelo coronel Fernando Paiva Pires, que representou a Defesa Civil Municipal no evento.

O 3º Alerta de Cheias Manaus 2021 será transmitido no dia 31 de maio pelo Serviço Geológico do Brasil, mais uma vez pelo canal do YouTube com a terceira e última atualização das previsões para o ano de 2021.

 

 

Fonte – CPRM

Foto – Divulgação

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