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Seminário em Manaus debate o uso de imagens de radar para combate ao desmatamento

De 26 a 27 de setembro, Manaus sedia seminário que vai discutir o uso de tecnologia que permite observar a superfície terrestre através das nuvens em períodos de clima fechado. O 3º Seminário de Monitoramento Integrado com Radar Orbital faz parte do Projeto Amazônia SAR, realizado pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). Esse é o primeiro evento sobre radar orbital realizado na região Norte do país.

As informações do radar orbital são recebidos pelo Censipam e encaminhadas às entidades parceiras, que passam a utilizar dados mais precisos para fiscalização e monitoramento ambiental. “O projeto Amazônia SAR criou meios para combate ao desmatamento em períodos que anteriormente se tinha dificuldade de acesso, principalmente na época de chuva. Hoje fazemos uma observação mais veloz e de melhor qualidade”, afirma o diretor-geral do Censipam, Rogério Guedes.

A intenção do evento é disseminar conhecimento na área, reunindo pesquisadores nacionais e internacionais e técnicos de agências especializadas em monitoramento territorial. O seminário vai contar com a participação de diversas instituições da região Norte, incluindo a Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e a Universidade Estadual do Pará (UEPA). Além disso, também participam representantes internacionais, como as agências espaciais alemã e italiana, a Universidade de Tóquio e a Agência de Geointeligência Espacial dos Estados Unidos, e empresas de diversas nacionalidades.

IMAGENS DE RADAR

O trabalho do Censipam complementa o monitoramento da Amazônia realizado pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que utiliza radar ótico e não consegue atravessar as nuvens. O radar orbital do Projeto Amazônia SAR emite pulsos de rádio, cujo eco é recebido e gravado para gerar imagens SAR. O termo SAR vem do inglês Synthetic Aperture Radar, que significa Radar de Abertura Sintética.

Utilizada para monitorar cerca de 950 mil quilômetros quadrados por mês, a tecnologia não depende da luz do sol e tem a vantagem de ultrapassar a barreira de nuvens, permitindo a detecção do desmatamento no período chuvoso, que se estende de outubro a abril. Com base nas imagens do radar, o Censipam envia alertas para órgãos de fiscalização, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), principal parceiro do projeto.

O próximo passo do projeto é a instalação de Estações Multissatelitais de Observação da Terra em Manaus e Brasília. Com a operação das estações, o Censipam vai poder receber as imagens diretamente do satélite, em tempo real. O projeto é financiado pelo Fundo Amazônia, gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

SEMINÁRIO

O evento busca debater novas tecnologias e aplicações para detecção do desmatamento, além de apresentar resultados de pesquisas e trabalhos científicos. É também uma oportunidade de disseminar o uso de imagens radar no monitoramento florestal e outras aplicações. O público-alvo são gestores públicos e privados, comunidade científica, especialistas e representantes de órgãos federais, estaduais e municipais com atuação na Amazônia.

“O seminário é uma oportunidade de compartilhar experiências e despertar interesse da comunidade científica e usuários de imagens radar na Amazônia. Esse evento é uma forma de aprimorar o próprio sistema”, explica o diretor-geral do Censipam.

PROGRAMAÇÃO

Pesquisadores e representantes de órgãos e instituições nacionais e internacionais vão apresentar casos de aplicação da tecnologia no monitoramento do desmatamento. Os participantes também vão demonstrar como é realizado o planejamento, coleta, gravação e transmissão de dados satelitais.

Serão apresentados trabalhos sobre a influência do desmatamento na dinâmica hidrológica; o uso de radar para identificação de áreas inundadas e no monitoramento de ambiente ribeirinho e costeiro. Também serão realizados workshops específicos sobre sensoriamento remoto e o projeto Amazônia SAR.

PARTICIPANTES

Órgãos nacionais

Ministério da Defesa, Força Aérea Brasileira (FAB), Agência Espacial Brasileira (AEB), Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes).

Órgãos internacionais

Agência de Geointeligência Espacial dos EUA (NGA), Centro de Estudos Espaciais da Biosfera da França (Cesbio), Agência Espacial Italiana (ASI) e Centro Aeroespacial Alemão (DLR).

Institutos nacionais e internacionais ligados ao meio ambiente
Instituto Imazon, Instituto Socioambiental (ISA) e Sociedade de Especialistas Latino-Americanos em Sensoriamento Remoto (Selper) da Argentina.

Universidades nacionais e internacionais
Universidade Denki de Tóquio (Japão), Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Empresas internacionais
ICEYE (Finlândia), Capella Space (EUA) e Sarmap (Suíça).

Fonte – Sipam

Foto – Divulgação

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