Ciência e Tecnologia

Tecnologias sustentáveis para manejo de pesca na Amazônia ganham impulso com parceria entre o Instituto Mamiraua e FAS

Além das trocas de conhecimento, o evento abriu caminho para futuras melhorias nos projetos de pré-processamento de pescado.
O objetivo é fortalecer não só a qualidade do produto, mas também o reconhecimento do valor territorial e ambiental.
A parceria também se estende à aplicação de conceitos de rastreabilidade do pescado.

No dia 18 de março, o Instituto Mamirauá e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) realizaram um workshop inédito focado no compartilhamento de tecnologia e lições aprendidas na construção de flutuantes de pré-beneficiamento de pescado, um projeto de inovação social desenvolvido pelo Instituto desde 2017. O evento, que marcou um marco importante para as duas organizações, teve como objetivo a troca de experiências técnicas e práticas entre as equipes, dando início a uma parceria formalizada por meio de um Termo de Compartilhamento de Inovação Aberta.

O workshop teve como propósito o aprimoramento e a expansão da tecnologia dos flutuantes, estruturas flutuantes com cerca de 180 metros quadrados destinadas ao recebimento, beneficiamento e monitoramento do pescado. Essas unidades, que também possuem sistemas de energia solar e tratamento de água e esgoto, têm sido fundamentais para as comunidades ribeirinhas da Amazônia, que buscam melhorar a qualidade e a rastreabilidade do pescado, com um foco especial na valorização do produto para os mercados locais e internacionais.

Uma parceria estratégica para a região

Dávila Corrêa, diretora de Manejo e Desenvolvimento do Instituto Mamirauá, explicou que a colaboração com a FAS busca aprimorar a abordagem técnica do projeto, respeitando a contribuição das comunidades e o protagonismo local. “A construção do conhecimento não é uma tarefa do Instituto apenas, mas sim um processo coletivo de participação das comunidades, de interação e de protagonismo dos grupos sociais que vivem nas áreas de manejo”, destacou. Segundo Dávila, o compartilhamento com a FAS é uma maneira de ampliar o impacto da tecnologia, respeitando a diversidade de experiências e focando na sustentabilidade da iniciativa.

A parceria também se estende à aplicação de conceitos de rastreabilidade do pescado, uma preocupação crescente para garantir que a carne chegue ao consumidor com qualidade, segurança e a garantia de que foi produzida de forma sustentável. “Nosso objetivo é fortalecer não só a qualidade do produto, mas também o reconhecimento do valor territorial e ambiental que essas comunidades agregam ao processo”, afirmou a diretora.

A inovação aberta como modelo de desenvolvimento

Tabatha Benitz, coordenadora do Núcleo de Inovação e Tecnologias Sustentáveis (Nits) do Instituto Mamirauá, ressaltou a importância de um modelo de inovação aberta que permite a transferência de conhecimento técnico sem custos, respeitando a propriedade intelectual e o contexto local. “Não estamos falando apenas de transferir uma tecnologia, mas de um processo colaborativo em que o conhecimento é compartilhado e adaptado conforme as necessidades locais, criando uma continuidade no desenvolvimento da tecnologia social”, explicou Tabatha.

Ela também destacou a importância de a FAS compartilhar as melhorias realizadas nas unidades de pré-beneficiamento, o que contribuirá para a evolução contínua do modelo. “Este é um primeiro passo para uma colaboração mais ampla entre as instituições, visando não só a inovação técnica, mas também o fortalecimento das cadeias produtivas na região”, completou.

Um novo modelo para a Amazônia

Ana Izel, analista do Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da FAS, expressou sua satisfação com o início da parceria e enfatizou o impacto positivo que ela terá para as comunidades da Amazônia. “Este workshop é apenas o começo. Estamos criando soluções colaborativas que irão beneficiar tanto o desenvolvimento econômico quanto social, com um olhar atento para a profissionalização e a geração de renda das comunidades”, afirmou Ana. Ela também destacou o caráter memorável da união entre as duas instituições, uma parceria que visa o fortalecimento da cadeia produtiva de pescado e a proteção dos recursos naturais da região.

Além das trocas de conhecimento, o evento abriu caminho para futuras melhorias nos projetos de pré-processamento de pescado, com a introdução de novos elementos como a rastreabilidade e a certificação de origem. O foco está na criação de um modelo que seja escalável e replicável em outras regiões da Amazônia, ampliando os benefícios para um número maior de comunidades e fortalecendo as redes de conservação e manejo sustentável.

O futuro da parceria

O Termo de Compartilhamento de Inovação Aberta, assinado entre o Instituto Mamirauá e a FAS, prevê que ambas as instituições compartilhem não apenas os resultados dos projetos em andamento, mas também todas as melhorias e inovações que surjam ao longo da parceria. Com a implementação das unidades de pré-beneficiamento de pescado, o objetivo é não apenas aumentar a qualidade do produto, mas também gerar um impacto econômico duradouro para as comunidades envolvidas.

O workshop realizado em 18 de março é apenas o começo de uma colaboração que promete beneficiar a sociedade toda, com soluções inovadoras que respeitam o meio ambiente e promovem o desenvolvimento sustentável na Amazônia. Com o apoio da tecnologia social e a troca de experiências entre as organizações, espera-se que esse modelo se expanda e inspire outras iniciativas de cooperação na região.

 

 

 

Fonte – Ascom

Foto – Divulgação/Ascom

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