O presidente da Brasil Convention & Visitors Bureau (CVB), Márcio Santiago, foi o convidado da Hora do Turismo desta quinta-feira, 23 de julho. Com o tema Captação de eventos e promoção de destinos, a transmissão ao vivo – que tem ocorrido semanalmente no canal do Youtube e no Facebook da Confederação Nacional de Municípios (CNM) – esclareceu como funciona a organização, que é uma sociedade civil sem fins lucrativos mantida pela iniciativa privada para fomentar o turismo de negócios.
Santiago começou explicando como pode ser criado um Convention Bureau local. “Você manda a solicitação para o e-mail secretaria@brasilcvb.com.br caso tenha interesse de criar um na sua cidade. Poder ser o prefeito, o secretário, o empresário, um grupo, o conselho municipal de turismo”, exemplificou. Depois, o pedido é analisado de acordo com as regras da organização, que faz uma visita para verificar se a localidade tem as condições mínimas, como hotéis e espaço para realização de eventos. Também são fornecidas orientações para o que precisa melhorar.
Segundo o convidado, o objetivo dos conventions é reunir as empresas que atuam no setor e promover o destino, inclusive com representação no Executivo federal e no Congresso. “A cidade, o Estado e o país ficam mais competitivos. A prefeitura tem legislações amarradas e protocolos a seguir, fiscalização. E a gente sabe que a política muda. Muda o prefeito e o setor pode ficar relegado. Com o convention, isso se perpetua. Também temos abertura com Ministério da Economia e do Turismo. Para apresentar projeto, fica mais fácil”.
Vantagens e orientações
Para ilustrar, ele citou os anos eleitorais, quando as prefeituras têm restrições para captação de recursos públicos. “Nessa hora o convention continua funcionando normalmente. Então se o ministério tiver recurso para alguma atividade nesse período, podemos apresentar proposta”, argumentou.
A equipe técnica de Turismo da CNM levantou alguns questionamentos, sendo um deles de participante do chat sobre a criação da pessoa jurídica. O presidente da Brasil CVB reconheceu que a maioria dos conventions foram criados dentro da associação comercial, mas recomendou que seja registrado em CNPJ próprio, em razão das particularidades da atividade turística e de outras exigências, como estatuto.
O consultor da Confederação e presidente da Organização Brasileira das Cidades Patrimônio Mundial (OCBPM), Mário Nascimento, ressaltou que há grande espaço para mais conventions no Brasil. “Os conventions proporcionam ambiente favorável para a integração e ações positivas para tornar a região mais competitiva. Não precisa ter um convention em cada Município, pode reunir Municípios. No Brasil, temos 120 conventions e mais de 330 regiões turísticas. Teríamos que ter no mínimo um para cada região”, opinou.
Nascimento lembrou que, em 2019, foram movimentados mais de R$ 50 bilhões com eventos. “O turismo não tem contraindicação. Ele traz dinheiro novo para a cidade e distribui para todo mundo, o taxista, o dono do hotel, o vendedor. E os empresários podem estar mobilizados junto com o prefeito”, recomendou Márcio Santiago.
Turismóloga e analista técnica da CNM, Marta Feitosa, reforçou que governança local não se faz com um Ente só: “Tem que ter representatividade do poder público local e da sociedade civil”. Nesse sentido, o espectador Marcelo Guimarães Amaral, em um dos vários agradecimentos pelo bate-papo no chat, completou: “Parabéns por fortalecer o associativismo”.
Fonte – CNM
Foto – Divulgação
