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Violência sexual contra mulheres idosas – Medo, Solidão e Preconceito

Segundo dados do Censo 2022, as mulheres representam 51,1% da população brasileira e os homens 48,9%. As mulheres idosas, 60 anos ou mais, representam 18,5% da população total de mulheres. Na faixa etária de 60 anos ou mais, 51% dos lares brasileiros são sustentados por mulheres.

O Brasil está envelhecendo pelo efeito conjunto da queda das taxas de mortalidade e natalidade, que geram uma transição da estrutura etária. O sexo masculino predomina nos grupos etários mais jovens e as mulheres, que são de 4 a 6 anos mais longevas do que os homens, predominam nas idades mais avançadas. Quanto mais envelhecido for o Brasil, mais feminino será.

As mulheres idosas devido à sua condição de vulnerabilidade, assim como as meninas e adolescentes, são vítimas do machismo estrutural.

A violência sexual contra a mulher idosa é subnotificada. Na cultura da sociedade machista e idadista, a mulher idosa ainda é invisível. As diversas formas de violências são difusas e generalizadas. Várias são as determinantes que impedem as mulheres idosas de denunciarem as agressões sexuais e as agressões em geral. Principalmente o medo, a solidão e o abandono.

As mulheres idosas têm medo de denunciar o agressor por relação de dependência, por medo de agravamento da situação de violência por incapacidade devido a alguma fragilidade e do medo de “perder” o único afeto, numa relação de autodepreciação. As mulheres idosas sentem vergonha e humilhação ao serem vítimas da violência sexual, que também é chamada de violência íntima.

A violência sexual contra a mulher idosa é revelada principalmente nos atendimentos das Unidades Básicas de Saúde, onde as mulheres idosas são atendidas em atendimento a diversos tipos de violência.

Padrões de violência

– 87% de todos os tipos de violências contra a mulher idosa ocorrem nos domicílios.

– As mulheres idosas geralmente são vítimas de outros tipos de violência, além da violência sexual: negligência, violência física, psicológica e patrimonial.

– O perfil da mulher idosa vítima de violência sexual: 70 anos ou mais, viúvas/separadas/sozinhas, baixa renda e baixa escolaridade.

– O perfil do agressor são: filhos, netos, parentes, geralmente usuários de drogas e álcool, que moram com as vítimas.

– Muitos casos de violência intrafamiliar contra as idosas se sustenta pelo silêncio da família, que trata a violência como assunto privado e, às vezes, até naturalizado.

O acesso aos canais prevalentes de acolhimento de denúncias como as Delegacias da Mulher, Delegacias da Pessoa Idosa, Disque 100, Conselhos Municipais de Proteção e Defesa de Pessoas Idosas, Ministério Público, são de difícil acesso para a maioria delas, pelas razões expostas acima. E pela pouca disponibilidade destas entidades e instituições no território.

Serviço
Novos canais de atendimento especializados no atendimento às mulheres vítimas de violência foram disponibilizados:
– Disque 180, do Ministério das Mulheres, disponível 24h.
– 0800 020 2806, do Me Too Brasil, especializado em atendimento, acolhimento e encaminhamento de denúncias de todos os tipos de violência sexual.

 

Fonte – Portal do Envelhecimento

Foto – Divulgação

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