O Brasil conta com uma frota de 27.551.164 motocicletas, de acordo com os dados do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). Isto corresponde à média de uma motocicleta em circulação para cada grupo de 8 habitantes, enquanto há 10 anos esta relação era de 1/14 habitantes, conforme análise da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo. Para conscientizar estes motociclistas e os demais condutores de veículos sobre a necessidade de segurança, respeito e paz no trânsito, a entidade investe em ações educativas nas cidades de Brasília (DF) e Manaus (AM), em comemoração ao Dia do Motociclista, que ocorre no próximo sábado, 27 de julho.
“A motocicleta se consolidou como um importante veículo de locomoção, em função da flexibilidade de uso, baixo consumo de combustível e menor custo de manutenção”, afirma Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. “Por isso, sempre desenvolvemos ações de conscientização junto aos motociclistas em defesa de um trânsito mais seguro”, completa.
Segundo dados do Renavam analisados pela entidade, a frota de motocicletas totaliza 215.514 unidades em Brasília, onde a relação motocicleta por grupo de habitantes cresceu de 1/24 para 1/14 nos últimos 10 anos.
A expectativa para a capital federal é o atendimento a cerca de 2 mil pessoas por meio de blitze educativas, que serão realizadas nos dias 26 e 27 de julho (sexta-feira e sábado). No primeiro dia, a ação acontecerá no semáforo Via N1, ao lado do estádio Mané Garrincha, no Eixo Monumental, das 13 às 18 horas. No dia seguinte, ocorrerá das 8 às 13 horas, em três locais: semáforo Via EPIA – BR, na Via Cruzeiro / Octogonal; semáforo Taguatinga Centro (Praça do Relógio / Av. Central); e no semáforo Ceilândia, também na região central (Cruzamento da Av. Hélio Prates / CNM 6).
Em Manaus, cuja frota de motocicletas totaliza 196.859 unidades, é esperada a participação de até 2,5 mil pessoas numa ação programada exclusivamente para sábado, dia 27, das 8 às 13 horas, em quatro localidades: Rotatória da Avenida Camapuã (Cidade Nova) e esquinas das avenidas Floriano Peixoto e Sete de Setembro (Centro), Compensa e Brasil e Pedro Teixeira com Constantino Nery.
Em cada um desses locais, promotoras estenderão faixas de conscientização para os motociclistas e demais condutores de veículos e entregarão folhetos educativos e brindes, como bonés e chaveiros. Entre as mensagens a serem exibidas, haverá orientações em relação ao respeito aos limites de velocidade, o não uso do celular durante a condução dos veículos e os riscos de pilotar ou dirigir após a ingestão de bebidas alcoólicas.
Cinco “inimigos do motociclista”
Durante suas ações de segurança promovidas constantemente, a Abraciclo identificou os cinco principais “inimigos do motociclista” da atualidade. A lista é liderada pelo uso do telefone celular pelo motorista de automóveis. Nesta situação, o motociclista está sujeito a sofrer fechadas ou é abalroado por veículos conduzidos por motoristas desatentos, que falam ou digitam mensagens no aparelho. Mas o motociclista também se torna infrator, quando, por excesso de confiança, usa o celular enquanto pilota sua motocicleta.
Em segundo lugar entre os “inimigos do motociclista” estão o cerol e a linha chilena usados para empinar pipas. Apesar de o uso de linhas cortantes ser considerado crime previsto em lei, a incidência de acidentes e até mesmo óbitos envolvendo motociclistas é grande. Casos recentes desse tipo de infração, que resultaram em invalidez e mortes das vítimas, ocorreram em Betim (MG), Andradina (SP), São José (região metropolitana de Florianópolis/SC) e Rio de Janeiro, onde foi publicada a Lei nº 8.478/2019, proibindo o uso da linha chilena em todo o Estado.
Na sequência, outro “inimigo” preocupante é a imprudência praticada muitas vezes pelo próprio motociclista. A pilotagem segura é a regra número 1 que deveria ser praticada por todos, mas manobras radicais, frenagens bruscas e excesso de velocidade só aumentam os riscos de acidentes de trânsito. Como se não bastasse, desponta também a imprudência de vários motoristas de automóveis, ônibus e caminhões, em claro desrespeito à circulação segura dos veículos de duas rodas.
O consumo de bebidas alcóolicas e drogas, outro “inimigo” indesejável, porém frequente, principalmente nos fins de semana, também contribui para a ocorrência de acidentes, pois reduz os reflexos e a capacidade de reação do motociclista e do motorista em trânsito.
O quinto “inimigo”, na avaliação da Abraciclo, é o desrespeito às leis e normas de trânsito, como, por exemplo, “furar” o sinal vermelho dos semáforos. Atitudes deploráveis como esta ainda são comuns no dia a dia das cidades brasileiras e precisam ser evitadas, pois resultam em todo tipo de acidente, inclusive com vítimas fatais.
Perfil Atualizado do Motociclista Brasileiro
Atualmente, 31.944.502 pessoas possuem habilitações da categoria A no País, que permite ao cidadão pilotar veículos motorizados de duas ou três rodas, conforme levantamento publicado pelo Anuário da Indústria Brasileira de Duas Rodas 2019. Estas habilitações envolvem a categoria A isoladamente e também esta associada a outras, como AB, AC, AD e AE, correspondendo a 44,5% do total de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH’s) emitidas no Brasil. Entre estes habilitados, 77,3% são homens e 22,7%, mulheres.
A região Sudeste do País concentra o maior número de motociclistas habilitados (42,2%), seguida pela Sul (20,3%), Nordeste (18,5%), Centro-Oeste (11,2%) e Norte (7,8%).
A maior faixa etária dos motociclistas brasileiros, tanto homens como mulheres, está entre 31 e 40 anos, com 31% para eles e 36,8% para elas, em relação ao total de faixas. Na somatória das principais faixas etárias, entre os homens quase 52% têm idade de 31 a 50 anos. Entre as mulheres, mais de 54% apresentam idades variando de 31 a 50 anos.
A maioria dos motociclistas em geral possui nível de escolaridade médio completo (62%), 24% concluíram o curso superior e 10%, o ensino fundamental.
A motocicleta é utilizada como meio de locomoção por 92% de seus usuários no País. Simultaneamente a isso, é utilizada para o lazer por 67% e para o trabalho e geração de renda por 3% deles, considerando-se o múltiplo uso do veículo pelo mesmo condutor.
O uso da cub (motoneta), que é um motociclo de baixa cilindrada e dotado de câmbio automático ou semiautomático, em que o condutor pilota na posição sentada, é maior entre as mulheres (65%). Já as motocicletas da categoria Scooter, concebidas para privilegiar o conforto, também pilotadas na posição sentada e com câmbio automático ou semiautomático, são conduzidas em 27% do total pelas mulheres.
Sobre a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas
Com 43 anos de história e contando com 14 associadas, a ABRACICLO – Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – representa, no País, os interesses dos fabricantes de veículos de duas rodas, além de investir em ações visando a paz no trânsito e a prática da pilotagem segura. A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as oito maiores do mundo. No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição dos principais produtores mundiais. No total as fabricantes do Setor de Duas Rodas geram mais de 12 mil empregos diretos.
Fonte – Ascom
Foto – Divulgação