A Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), formada exclusivamente por internas do Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém), fechou parceria para venda de seus produtos com uma empresa de malas e plastificação de bagagens, a Protec Bag, que tem uma loja e um quiosque no Aeroporto Internacional de Belém. A Coostafe é um projeto de economia solidária para detentas, desenvolvido no Pará com apoio da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe).
Os produtos da Coostafe são comercializados na loja da Protec Bag desde segunda-feira (29). Os clientes da loja e visitantes do aeroporto podem encontrar bolsas, sacolas, encostos de cabeça e mais uma série de produtos feitos pelas detentas do CRF. Os produtos foram colocados à venda a preço de mercado, e parte da renda será revertida para as cooperadas.
Para a sócia-proprietária da franquia Protec Bag em Belém, Maria Marcelino, a parceria com a Coostafe é promissora. “Somos uma empresa que também se preocupa com o social, e vender produtos feito por detentas só tem a agregar a nossa marca. Esperamos que os clientes do aeroporto compreendam a proposta e consumam esses produtos, que são bonitos, exclusivos e de ótima qualidade”, avaliou a empresária.
Empreendedoras – A diretora do Centro de Recuperação Feminino, Carmen Botelho, espera que outros comerciantes e lojas de Belém sigam o exemplo da Protec Bag. “Espero que essa seja a primeira de muitas parcerias com a iniciativa privada. É fantástico ter um cliente que vai expor os produtos das meninas e também confeccionar materiais exclusivos com a cooperativa. As internas estão felizes, porque vai ser um dinheiro que vai ajudar muito na vida delas e no processo de manutenção da própria cooperativa, além de terem o trabalho visto e serem reconhecidas como empreendedoras”, ressaltou.
A Coostafe surgiu quando a diretora do CRF de Ananindeua percebeu que havia uma grande mão de obra ociosa no cárcere. Com base nas habilidades de cada uma, as próprias detentas ministraram cursos e ensinaram às demais o que sabiam fazer. O sucesso da iniciativa deu origem à formação da Coostafe, a primeira cooperativa de mulheres presas no Brasil, que logo investiu em capacitação e treinamento profissional constante, com vários parceiros da Susipe.
A interna Ana Lúcia Vale disse que quer construir uma nova vida com a oportunidade que teve na cooperativa. “A Coostafe melhorou minha autoestima. Minha família estava desacreditada de mim, e aqui eu aprendi muitas coisas. Pessoas acreditam na gente, e dá vontade de sair e construir uma nova vida”, afirmou.
No Pará, a cooperativa de presas já capacitou cerca de 300 custodiadas no sistema penitenciário do Estado. A Coostafe foi criada em fevereiro de 2014, por meio de uma portaria interministerial do governo federal. O projeto garante acesso ao trabalho e à geração de emprego e renda para detentas na economia solidária.
As mulheres envolvidas no projeto trabalham diariamente na produção de artesanato, como pelúcias, crochês, vassouras ecológicas, sandálias e bijuterias, que são comercializados em shoppings, feiras e praças públicas de Belém e Ananindeua. Nenhuma das detentas que passou pela cooperativa voltou a reincidir no crime.
Expansão – A Protec Bag é uma empresa de proteção e plastificação de bagagens e venda de malas e artigos de viagem. Em 2017 completou 28 anos de atividade, com lojas instaladas nos principais aeroportos brasileiros. Mantém lojas em Orlando (Estados Unidos) e tem projetos para a América do Sul, Central e Europa.
Quem tiver interesse nas peças produzidas pelas detentas pode entrar em contato pelos telefones: (91) 98030-4370 / 98842-3479, ou pela loja virtual no perfil @coostafe do Instragam. A entrega é feita para todo o Brasil. Para encontrar os produtos, em Belém é só ir à loja da Protec Bag, no Aeroporto Internacional, no piso térreo, ao lado da escada rolante. Mais informações pelo telefone: (91) 991629842/ 32106550.
Fonte – Agência Pará de Notícias
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