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Grupo de pesquisa da USP investiga empreendedorismo em periferias

Há um fenômeno atual de crescimento de empreendedores em periferias, movimento que influencia a economia das cidades. O grupo de pesquisa nPeriferias, do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, foi criado com a proposta de investigar e potencializar esses pequenos empresários, que fazem o que se chama de empreendedorismo popular. O projeto também analisa questões culturais, estruturais, econômicas e de violência racial e de gênero nas comunidades.

A coordenadora do projeto e professora de Gestão de Políticas Públicas da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, Gislaine Aparecida dos Santos, explicou as contribuições do projeto. Criado no ano passado, o nPeriferias não trabalha na formação de empreendedores, mas em ações diretas nos territórios, potencializando os empreendedores das regiões.

Gislaine comenta que o empreendedorismo popular está enraizado na história do Brasil. Após a abolição da escravatura, as populações negras tinham que encontrar formas de sobreviver pela falta de políticas públicas para inseri-las na sociedade. Essas pessoas, principalmente mulheres, começaram a produzir e vender produtos por conta própria para sobreviver “diante da impossibilidade de ingresso no mercado de trabalho”.

Não há somente aspectos positivos na atuação dos pequenos empresários em periferias, destaca a professora. Por um lado, o grupo de pesquisa percebe como o talento, criatividade e conhecimento de gerência, mesmo que não técnico, são colocados em prática, alavancando a economia. Enquanto isso, por outro lado, muitos só estão nesse ramo por falta de oportunidade e de emprego.

Durante a pandemia, muitos negócios foram interrompidos ou passaram por grandes dificuldades, principalmente os feitos por mulheres negras. Muitos desses dependiam do contato presencial para acontecer, como a venda de lanches. Gislaine também pontua que algumas dessas mulheres alegam que não têm acesso a créditos e reservas de apoio por meio de políticas públicas, devido ao CPF que, por vezes, é inválido ou a discriminação por raça e gênero.

 

 

 

Fonte – Jornal da USP

Foto – Divulgação

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