O uso prolongado dessas sondas pode contribuir para modificar tanto as estruturas orais no que se refere à mobilidade, à tonicidade e, principalmente, à sensibilidade oral, quanto para alterar as funções estomatognáticas. (XAVIER, 1995)
HERNANDEZ (2003), PACHI (1997) apud Delgado (2009) afirmaram que Alimentar o recém-nascido precocemente por sonda nasogástrica (SNG) interfere tanto na digestão como no próprio processo de alimentação, pois, a interposição da sonda na narina atua como um fator desconfortável provocando obstrução nasal, dificuldade para fechamento adequado da boca, comprometimento da sensibilidade da cavidade oral; a alimentação oferecida em intervalos regulares pela SNG não prioriza o controle da fome, da saciedade e do volume alimentar.
CLAUDILEIA ROBERTO DA SILVA – 1
AULISANGELA DA SILVA QUEIROZ – 2
LUZIA BRITO CAVALCANTE – 3
JOHNSON PONTES DE MOURA – 4
1 – Graduanda do Curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário FAMETRO. E-mail: claudileia.enfer@gmail.com
2 – Docente/Orientadora no Curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário FAMETRO. Especialização em voz; Psicopedagogia e Educação Especial, Docência do Ensino Superior – Pró Minas e Bacharel em Fonoaudiologia – UNINORTE. E-mail: aulisangela.queiroz@fametro.edu.br Manaus-AM, agosto 2020.
3 – Docente do curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário FAMETRO. Especialização em Disfagia e Fonoaudiologia Hospitalar, aprimoramento em Motricidade Orofacial – CEFAC, aprimoramento em Eletroestimulação aplicada à Fonoaudiologia. E-mail: luzia.cavalcante@fametro.edu.br Manaus- AM, agosto 2020
4 – Engenheiro Químico e Mestre em Engenharia Química pela UFRN- Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Discente do Curso de Odontologia da Universidade do Estado do Amazonas- UEA-E-mail: jpdm.odo20@uea.edu.br
RESUMO: O uso prolongado de sondas gástricas por recém-nascidos resulta em alterações dos órgãos fonoarticulatórios e tornam-se prejudiciais para que aconteça uma boa coordenação do sistema estomatognático deste indivíduo. Dessa forma, a presente pesquisa buscou responder sobre: Quais os impactos na deglutição de recém-nascidos submetidos ao uso de sonda gástrica e como o profissional fonoaudiólogo poderia contribuir na minimização desses impactos? Tendo como OBJETIVO: apresentar as alterações na deglutição de recém-nascidos em situação de UTI neonatal submetidos ao uso de sonda gástrica. A METODOLOGIA: utilizada foi de pesquisa bibliográfica, exploratória e de análise qualitativa, tornando a pesquisa possível devido o levantamento dos dados de materiais extraídos de plataformas digitais como google acadêmico, lilacs e scielo, publicados por autores como Marchesan, Delgado, Goulart e Hernandez, sendo esses estudos de períodos atuais. Após a análise dos descritores nas bases de dados estabelecidos neste estudo, os RESULTADOS: encontrados referiram-se sobre a concordância dos autores em a sonda gástrica ser uma via fácil de alimentação que pode confundir o mecanismo de alimentação por via oral, podendo modificar as estruturas orais do recém-nascido, interferindo no processo de coordenação oromiofuncional dos órgãos fonoarticulatórios. CONCLUSÃO: De acordo com os dados coletados para esta revisão, os autores demonstraram os impactos causados na deglutição de recém-nascidos devido ao uso de sonda gástrica.
Palavras-chave: Deglutição. Sonda. Gástrica. Neonato. Fonoaudiologia.
IMPACTS OF THE USE OF GASTRIC PROBE ON DEGLUTITION OF NEWBORNS: A PHONOAUDIOLOGICAL APPROACH
ABSTRACT: The prolonged use of gastric tubes by newborns results in alterations in the phonoarticulatory organs and become harmful for a good coordination of the stomatognathic system of this individual. Thus, this research sought to answer: What are the impacts on the swallowing of newborns occurring with the use of a gastric tube and how can the speech therapist professional contribute to minimize these impacts? Having as OBJECTIVE: to present as changes in the swallowing of newborns in a neonatal ICU situation using a gastric tube. METHODOLOGY: it was used for bibliographic, exploratory and qualitative analysis research, making possible a search possible due to the survey of data from materials extracted from digital platforms such as academic Google, lilacs and scielo, published by authors such as Marchesan, Delgado, Goulart and Hernandez , these studies being from 1985 to 2019. After analyzing the descriptors in the databases included in this study, the RESULTS: found referred to the authors’ agreement that a gastric tube is an easy route of feeding that can confuse the oral feeding mechanism, being able to modify the newborn’s oral structures, interfering in the oromiofunctional coordination process of the phonoarticulatory organs. CONCLUSION: In this way, all the data collected for this review, demonstrate the impacts caused on the swallowing of newborns due to the use of gastric tube.
Keywords: Deglutition. Probe. Gastric. Neonate. Speech therapy.
INTRODUÇÃO
O uso prolongado de sondas gástricas por neonatos resultam em danos funcionais e prejudiciais para uma boa coordenação do sistema estomatognático, e o profissional fonoaudiólogo possui grande participação em UTI neonatal, principalmente quando se trata da impossibilidade da alimentação ocorrer por vias naturais (via oral). Dessa forma, respondeu-se dúvidas acerca dos impactos na deglutição de recém-nascidos submetidos ao uso de sonda gástrica e como o profissional fonoaudiólogo pôde contribuir na minimização desses impactos.
Sabendo que o uso de sondas gástricas por via oral, resultam em danos funcionais de sensibilidade, tonicidade, forma e/ou tamanho dos órgãos responsáveis pela função da mastigação e deglutição, o artigo teve como objetivo apresentar as alterações na deglutição de recém-nascidos em situação de UTI neonatal, submetidos ao uso de sonda gástrica, sob uma abordagem fonoaudiológica.
Os motivos que levaram ao estudo, referiu-se a lacuna existente acerca de periódicos, em relação aos danos funcionais prevalentes após o desmame da sonda gástrica. Com isso, viu-se a necessidade de desenvolver um estudo direcionado ao recém-nascido e aos aspectos atípicos prevalentes após o desmame da sonda gástrica, sob uma abordagem fonoaudiológica.
Sabendo que a alimentação por meio de sonda, seja ela orogástrica ou nasogástrica, é caracterizada como sendo uma deglutição atípica, quando não ocorre pelas vias normais da deglutição. Wong et. al., (2014 apud Nascimento et. al., 2019), classificam a sonda gástrica de acordo com o seu local de inserção … a orogástrica é inserida pela cavidade oral e a nasogástrica inserida por uma das narinas.
O ato de deglutir consiste no ato de engolir, ocorre após a fase de mastigação do alimento. No caso dos neonatos, é impossível que ocorra a trituração do alimento através da mastigação, pois estes não possuem estruturas orais adequadas para a realização deste ato. A alimentação dos neonatos ocorre através do aleitamento materno, por meio da sucção do seio da mãe.
A escolha por uma via fácil de alimentação, como ocorre no caso de optar-se pelo uso da sonda gástrica, dar-se devido a imaturidade fisiológica presente em recém-nascidos. Alguns devido não conseguir alimentar-se através da sucção do seio materno ou por nascerem com alguma condição um pouco mais grave, como ocorre em casos de prematuridade extrema.
A atuação do fonoaudiólogo em berçário de alto risco é proporcionar ao recém-nascido uma alimentação segura, funcional e prazerosa, ou seja, na medida em que o recém-nascido fizer associação da sucção com a saciação e consequentemente com a coordenação de grupos sucção/deglutição/respiração, ele ganha peso e com isso favorece a alta hospitalar precoce e o seu desenvolvimento futuro. (DELGADO, SE; HALPEN R; 2004 apud COSTA, C., 2007).
A avaliação da criança em UTI neonatal deve ser explorado em massa pelo fonoaudiólogo, pois nesse setor este é o profissional responsável por avaliar principalmente os distúrbios da deglutição, e consequentemente fazer o desmame da sonda gástrica e detectar os impactos causados pelo seu uso, intervindo de forma precoce e imediata.
Segundo Merighi et. al., (1988) “a finalidade da sondagem gástrica é proporcionar um método de alimentação ou de administração de medicamentos que exija um mínimo de esforço do neonato”. Com isso a intervenção fonoaudiológica, deve acontecer de forma imediata para a prevenção e manejo precoce das disfunções oromiofuncionais que prevalecem após o uso de sondas gástricas, fazendo o desmame do RN da sonda e estimulando a sua alimentação por via oral (VO). Proporcionando a condição de estimulo do sistema sensório motor, principalmente para a coordenação das musculaturas orofaciais a nível de tonicidade muscular e garantindo os aspectos típicos da deglutição por VO.
Compreendendo então que a aplicabilidade de sondas gástricas por neonatos, resultam em alterações na deglutição do RN em uso desse recurso, o estudo tornou-se um pertinente argumento a partir das alterações da deglutição presente em RNs e as intervenções e contribuições que a fonoaudiologia agrega para estes casos.
MATERIAL E MÉTODOS
O tipo de estudo em questão, é de procedência literária, fundamentada através de levantamento de dados bibliográficos, de abordagem exploratória e análise qualitativa. Sendo a coleta de dados realizada a partir dos descritores: deglutição; sonda; gástrica; RN; alterações; fonoaudiologia, sendo o estudo composto por crianças em situação de UTI neonatal, e que foram submetidas ao procedimento de alimentação alternativa através de sonda gástrica.
Segundo Gil (2008) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científico”.
A realização da pesquisa em questão, ocorreu no período de março a junho de 2020, utilizando como base de dados revistas e periódicos online disponível em plataformas digitais como: Scielo, Lilacs, PubMed e Google Acadêmico, sendo estes publicados no período de 1985 à 2019.
Para a seleção dos artigos, optou-se por aqueles que abordavam cientificamente a respeito dos impactos na deglutição de RNs decorrente do uso de sonda nasogástrica e orogástrica. Dentre estes, foram excluídos aqueles estudos que não abordavam de forma sucinta o assunto em questão, e que não direcionavam a sua abordagem para atuação fonoaudiológica nas alterações de deglutição de RNs submetidos ao uso de sonda gástrica.
Posteriormente, ao levantamento de dados e descartes de artigos considerados inutilizáveis para esse estudo, os resultados da pesquisa foram encontrados de forma sistemática a análise textual, estabelecendo assim, uma revisão criteriosa com a finalidade de apresentar as alterações na deglutição de recém-nascidos em situação de UTI neonatal e submetidos a sonda gástrica.
ANATOMOFISIOLOGIA DA DEGLUTIÇÃO
A deglutição é um processo fisiológico que ocorre devido às ações neuromusculares envolvendo nervos cranianos sensitivos, motores e parassimpáticos. Desta função ainda participam ossos e musculaturas como outras estruturas. (PINTO, 2008).
Segundo Longemann (1998) a deglutição em indivíduos sadios consiste no deslocamento do bolo alimentar da boca até o estômago de forma segura e eficiente. É composta pelas fases: preparatória e oral, consideradas voluntárias, faríngea e esofágica, consideradas reflexas.
Para que a fase oral ocorra com êxito são necessários: selamento labial, movimentos adequados de língua e tensão apropriada da musculatura bucal, para garantir que o alimento não caia nos sulcos laterais (LYNCH, 2008). A fase faríngea consiste em contração peristáltica dos constritores faringeais para propulsionar o bolo através da faringe. Simultaneamente, a laringe é fechada para proteger a via aérea. Não há interrupção do movimento de posteriorização do bolo em uma deglutição normal (Marchesan, 2009)
Para Ferraz (2012) a fase esofágica se inicia quando o musculo cricofaríngeo relaxa-se permitindo ao alimento entra no esôfago. Ao entrar no esôfago, o alimento passa a ser colocado pela onda peristáltica, que são movimentos (contrações) rítmicos exercidos pela parede esofagiana. É o resultado de impulsos nervosos do vago, que é o nervo que controla a atividade esofágica. Enquanto os movimentos peristálticos levam o alimento através do esôfago para o estômago, o osso hioide, o palato e a língua voltam às suas posições originais. (FERRAZ, 2012).
Marcolino et al. (2009) A deglutição está relacionada com aspectos culturais e sociais, e em nossa cultura, comer é um ato prazeroso e social. O ato de deglutir ocorre aproximadamente 600 vezes por dia num homem adulto sadio (35 vezes por hora na vigília e 6 vezes por hora quando está dormindo). Na vida intra-uterina, o feto a termo normal deglute aproximadamente 500mL de líquido amniótico por dia. (JOTZ; ANGELIS; BARROS, sd).
TIPOS DE SONDAS GÁSTRICA
HERNANDEZ (1996), relata que a atuação fonoaudiológica nos berçários de riscos, propicia a estimulação da SNN, junto à alimentação por sonda, minimizando e capacitando o RN a alimentar-se por VO o mais precocemente possível. Nino et al. (2011) afirmam que “a sonda gástrica também pode ser considerada em alguns casos como a via mais fácil de alimentação”.
De acordo com um estudo o uso de sonda orogástrica (SOG) ou nasogástrica (SNG) para alimentação, apesar de serem bem toleradas pelos recém nascidos, pode desorganizar ainda mais o mecanismo de alimentação por via oral (PUPO, 2002). “A imaturidade para sugar, a incoordenação das funções respiração/sucção/deglutição, a imaturidade da biomecânica da deglutição e da função gastrointestinal podem gerar problemas com os métodos e o tipo de alimento a ser administrado” (GOULART e ROZOLEN, 2004). Por isso deve-se incentivar a oferta por via oral assim que se achar prudente; possivelmente após o trabalho de preparação da sucção e coordenação das funções sucção, deglutição coordenada à respiração. (PUPO, 2002).
IMPACTOS NA DEGLUTIÇÃO APÓS USO DE SONDA GÁSTRICA
O uso prolongado dessas sondas pode contribuir para modificar tanto as estruturas orais no que se refere à mobilidade, à tonicidade e, principalmente, à sensibilidade oral, quanto para alterar as funções estomatognáticas. (XAVIER, 1995)
HERNANDEZ (2003), PACHI (1997) apud Delgado (2009) afirmaram que Alimentar o recém-nascido precocemente por sonda nasogástrica (SNG) interfere tanto na digestão como no próprio processo de alimentação, pois, a interposição da sonda na narina atua como um fator desconfortável provocando obstrução nasal, dificuldade para fechamento adequado da boca, comprometimento da sensibilidade da cavidade oral; a alimentação oferecida em intervalos regulares pela SNG não prioriza o controle da fome, da saciedade e do volume alimentar
De acordo com as enfermeiras MERIGHI; SOLER (1988), um plano assistencial quanto ao procedimento correto na passagem da sonda, bem como a sua substituição a cada 48 ou 72 horas, torna-se fundamental para a prevenção de intercorrências.
ABORDAGEM FONOAUDIOLÓGICA QUANTO A UTI NEONATAL
O trabalho fonoaudiológico em UTI neonatal é fundamental na detecção de alterações do sistema sensório-motor-oral principalmente em relação à coordenação das funções de sucção/ deglutição/ respiração nos recém-nascidos. (HERNANDEZ, 2003; NEIVAS; LEONE, 2007; FOGO, 1998).
Considera-se dentro desta perspectiva, que os objetivos fundamentais do fonoaudiólogo na rotina da UTI neonatal são: realização de cuidados com a saúde auditiva e assistência à alimentação (PIASSI, 2008). Os benefícios da prática fonoaudiológica dentro da UTI neonatal proporcionam melhora na adequação das funções orais e posterior ganho no suporte calórico. Uma das possibilidades de atuação está voltada à alimentação dos RNs, uma vez que, nos primeiros anos de vida, o RN obtém o alimento através da sucção. (NEIVA, 2000).
A intervenção fonoaudiológica auxilia no desenvolvimento de recém-nascido de termo (RNT) e de risco, recém-nascido pré-termo (RNPT), baixo peso (RNBP), pequenos para a idade gestacional (RNPIG), como também no recém-nascido portador de patologias específicas às quais comprometem o sistema sensório-motor-oral (SSMO), sendo seu trabalho essencial para evolução destes quadros. (BROCK R, 1998).
De acordo com as experiências em UTI neonatal, o fonoaudiólogo mostra com muita clareza como se realiza as avaliações e intervenções terapêuticas, acerca das alterações sensório motoras oral decorrente do uso de sonda gástrica por RNs em situação de UTI neonatal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O quadro abaixo trouxe pertinentes assuntos relacionados aos impactos que o uso da sonda gástrica possui na deglutição de neonatos.
Quadro 1. Uma visão fonoaudiológica sobre os impactos da sonda gástrica na deglutição de neonatos.
Como observado no Quadro 1, os dados desse estudo foram descritos baseando-se nas alterações que prevalecem em neonatos, após o uso de sondas gástricas.
Seguindo a análise, observou-se que a sonda orogástrica é relatada como sendo, a maior contribuinte para alterações estruturais orais quando prolongado o seu uso. Hernandez (2003), enfatiza que o RN necessita de uma boa coordenação do sistema estomatognático. Porém, em alguns casos não é possível após retirada de sonda gástrica, pois quando removida pode resultar em complicações na função de sucção e deglutição, deixando-as sem coordenação e interferindo para que o RN tenha uma alimentação adequada.
Apesar de a sonda orogástrica ser citada por Hernandez (1996) como sendo principal contribuinte para alterações no sistema estomatognático do neonato, Wong et al., aborda que é preferível que o uso de sonda gástrica seja feita por via oral, pois a sonda nasogástrica obstrui a respiração nasal.
Já Quintela (2008), concorda com a linha de defesa de Hernandez, ao preferir a sonda nasogástrica no momento de escolher a via alternativa de alimentação para RNs, pois esta não interfere na oxigenação e possui risco mínimo de queda de saturação no momento da oferta de alimento. Por obstruir a respiração e ser a maior contribuinte para que ocorra alterações nos OFAs, resultante posteriormente em descoordenação entre sistema estomatognático e deglutição, a sonda orogástrica é a menos indicada quando adotada o método de alimentação por via alternativa, para neonatos. O que por sua vez resulta em prejuízos fonoaudiológicos significantes, uma vez que a fala depende de tônus, força, mobilidade e a sonda orogástrica resulta em rebaixamento na coordenação dessas funções.
CONCLUSÃO
As alterações de deglutição que prevalecem após o método alternativo de alimentação, seja por sonda nasogástrica ou orogástrica é um dos achados clínicos que mais se relacionam a fonoaudiologia no quesito UTI neonatal.
Essas alterações, evidenciam a necessidade de os profissionais serem os mais cautelosos possíveis quando adotar o método de alimentação por via alternativa, sendo imprescindível que caso haja a necessidade, a sonda nasogástrica seja a mais utilizada, pois esta não impede que ocorra uma certa perda de função na via oral e não altera o nível de oxigenação do RN.
Dessa forma, entendendo que as alterações do sistema estomatognático do neonato em uso de sonda gástrica, relaciona-se com a incoordenação do sistema estomatognático, como alterações na respiração, sucção, deglutição e falta de vedamento labial, todos os dados coletados para esta revisão, demonstraram os impactos causados na deglutição de recém-nascidos devido ao uso de sonda gástrica, e demonstrou que a intervenção fonoaudiológica precoce pode minimizar ou prevenir os danos decorrentes do uso prolongado da sonda, proporcionando a maturação dos OFAs, e propiciando a coordenação do SE.
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