O manejo sustentável de jacarés será um dos temas prioritários na política ambiental do Governo do Amazonas em 2019. O assunto foi discutido na quinta-feira (10), entre o titular da Secretaria de Estado do Meio Ambiente Sema, Eduardo Taveira e o diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, e o deputado estadual Sinésio Campos (PT), presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás, Energia e Saneamento da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), responsável pelo Grupo de Trabalho do Manejo Sustentável e Comercial de Jacarés.
Para o secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, a liberação de licenças para manejo de jacaré garante um melhor controle da atividade e a conservação da espécie, bem como uma fonte de renda para os moradores das Unidades de Conservação (UCs).
“O abate não será feito para controle da população, e sim para dar condições regulamentadas para a exploração sustentável. O que conserva a floresta é dar uso social, ambiental e econômico para ela. Gerando renda, garantimos a defesa do território, da espécie e melhoramos a qualidade de vida de quem vive nestas regiões. Eles serão os mais interessados em defender as nossas riquezas”, destacou Taveira.
O deputado Sinésio Campos informou que o grupo de trabalho de manejo de jacaré será retomado neste ano para ampliar a atividade no Estado.
“Nós entendemos que o manejo do jacaré não deve ser uma ação predatória, mas, acima de tudo, uma fonte de emprego e renda, como já acontece com o manejo sustentável do pirarucu. Saio, tanto do Ipaam quanto da secretaria, muito feliz de termos uma extensão dessa pauta, e quem ganha com isso é a população”, disse.
Alternativa de emprego e renda – O presidente do Ipaam, Juliano Valente, afirmou que a visita do deputado estadual Sinésio Campos aos órgãos estaduais do meio ambiente demonstra interesse do parlamentar pelas causas ambientais.
“É sempre muito honrosa a presença do deputado, principalmente pelo trabalho dele na área ambiental, e ele veio nos informar que vai retomar as discussões do Grupo de Trabalho da Aleam em relação aos planos de manejo de jacaré e quelônios. Esse trabalho é importante porque surge como uma fonte alternativa de emprego e renda”, completou Juliano.
Potencial econômico – O jacaré é um dos animais da região com maior potencial econômico, por ser completamente aproveitado para comercialização. O couro é vendido para o mercado de bolsas e sapatos por cerca de R$ 30 por centímetro, a carne é destinada à alimentação e as vísceras são utilizadas para fazer ração.
A primeira licença para abate de jacaré em UCs para a atividade primária foi assinada em 2018, autorizando o funcionamento de abatedouro e entreposto flutuante de abate do animal na comunidade rural Jarauá, no município de Uarini (distante 565 quilômetros de Manaus), na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá.
A licença tem validade de 5 anos, período no qual poderão ser abatidos até 10 mil animais das espécies jacaré-açú e jacaretinga no rio Paraná do Jarauá, seguindo normas dos órgãos ambientais. No local, foi iniciado, em 2008, o trabalho de manejo e abate experimental de jacarés com investimento de R$ 300 mil em capacitação de técnicos e dos moradores da RDS, que serão beneficiados diretamente com geração de emprego e renda.
Fonte – Secom/Am
Foto – Divulgação