Importante para a prevenção e o controle de pragas, garantindo a fitossanidade e a competitividade da agricultura paraense, a capacitação técnica para servidores sobre maquinários, equipamentos e implementos agrícolas, iniciada nesta sexta-feira (24), é mais uma ação da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) promovida em Santarém, no oeste paraense. O conhecimento é importante porque máquinas, equipamentos e implementos agrícolas se constituem em potenciais disseminadores de pragas. Realizada pelo Sindicado Rural de Santarém (Sirsan/PA), a capacitação prossegue até este sábado (24).
A iniciativa é executada com base na Portaria n° 1725, que dispõe sobre o controle fitossanitário no trânsito de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas em território paraense e sobre o fluxo de máquinas e equipamentos agrícolas vindos de outros estados. Pelo menos 65% dos casos de introdução de pragas no Brasil têm ligação direta com atividades humanas, conforme pesquisas elaboradas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A Portaria n° 1725, de 10 de julho de 2020, foi publicada pela Adepará no Diário Oficial do Estado em 13 de julho de 2020.
“A disseminação geográfica das pragas agrícolas pode ser oriunda da movimentação de material contendo algum tipo de praga, que aumenta a probabilidade de sua entrada em um novo local. Assim, o transporte de maquinários pode criar condições propícias para a existência de pragas em áreas onde elas, naturalmente, não ocorreriam”, explicou a gerente de Programas de Pragas de Importância Econômica da Agência, Maria Alice Thomaz Lisboa.
Qualidade – Segundo a Portaria, máquinas, equipamentos e implementos agrícolas, novos e sem uso, provenientes de outras unidades da Federação, somente poderão ingressar em território paraense mediante apresentação de nota fiscal para trânsito, com validade de até 15 dias. A nota fiscal deve conter informações relativas ao proprietário, transportador, veículo transportador, tipo e identificação da máquina, equipamento ou implemento agrícola, como também os municípios de origem e destino.
Maria Alice Lisboa explica que máquinas, equipamentos e implementos agrícolas já utilizados na produção, no acondicionamento, no beneficiamento e no transporte de planta e demais produtos vegetais, provenientes de outras unidades federativas, deverão apresentar, além da nota fiscal para trânsito, a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), emitida por um técnico responsável, que também terá validade de 15 dias. Ainda para garantir a qualidade dessa movimentação, o maquinário também passará por inspeção nos postos de fiscalização da Adepará.
Durante a fiscalização de maquinários usados, deve ser feita a exposição dos compartimentos internos dos itens para inspeção, entre os quais a base de caixa de retilha, caixa de pedra e compartimento do ventilador de colhedoras de soja; laterais da plataforma e correntes do torpedo de plataformas colhedoras de milho; interior da unidade, dutos de ar e caixa hidráulica de plataformas colhedoras de algodão.
Prevenção – Promovido pelos Programas de Educação Sanitária e de Fiscalização de Trânsito Agropecuário, o curso reúne 21 servidores, que participam de aulas práticas e teóricas. Agentes e fiscais agropecuários aprofundam conhecimentos sobre a Amaranthus palmeri, praga que pode reduzir em até 90% a produtividade e que já foi identificada em Mato Grosso (no núcleo algodoeiro Centro-Norte), em áreas cultivadas com rotação das culturas de algodão, soja e milho.
As aulas práticas são ministradas pela equipe da parceira New Oland, empresa de maquinário e peças agrícolas, que mostrou como fiscais e agentes devem proceder em relação às inspeções das peças que compõem a colheitadeira, e que devem ser vistoriadas de acordo com a Portaria.
“O curso foi muito produtivo, estamos muito satisfeitos. Foi extremamente importante, primeiro para orientar os agentes fiscais sobre a nova legislação, nos capacitando tanto no conhecimento teórico de como fazer esta fiscalização, como no sentido prático de como proceder durante a fiscalização. Essa troca de conhecimentos foi muito produtiva e acreditamos que quem ganha é a defesa agropecuária do Pará. Dessa forma, estaremos defendendo o território paraense dos agentes patogênicos. Acreditamos que a prevenção é a melhor forma de fazermos essa proteção ao agronegócio paraense”, avaliou Vandeilson Belfort, fiscal agropecuário em Monte Alegre, município da região oeste.
Fonte – Agência Pará
Foto – Divulgação