Entre as plantas medicinais na Amazônia, o algodão-roxo é especial para as parteiras – ofício secular exercido por mulheres que ajudam outras no momento do parto. Aliado das gestantes, o chá do algodão é um agente natural para reduzir o sangramento e combater infecções urinárias. O algodão-roxo também é o símbolo da recém-criada Associação de Parteiras Tradicionais do Estado do Amazonas (APTAM). A assembleia que oficializou a associação aconteceu nos últimos dias 20 e 21 de setembro, na sede da Fiocruz Amazônia, em Manaus.
O Instituto Mamirauá é um dos apoiadores da iniciativa. No centro do estado do Amazonas, o instituto realiza capacitações para parteiras tradicionais desde os anos 2000, alcançando municípios como Alvarães, Tefé, Uarini e Maraã.
“Nós sempre tivemos a preocupação de trazer profissionais que pudessem tirar dúvidas das parteiras da região e contribuir com técnicas e dicas para melhor auxiliar as parturientes”, conta Maria das Dores Marinho, técnica do Programa Qualidade de Vida (PQV) do Instituto Mamirauá.
Técnica em enfermagem com especialidade em obstetrícia, Maria das Dores faz parte da primeira diretoria da Associação de Parteiras Tradicionais do Estado do Amazonas, assumindo o cargo de secretária.
À frente da direção, está Tabita Santos, parteira que vive na Floresta Nacional (Flona) de Tefé. Parteiras das cidades de Itacoatiara, Tabatinga, Maués e São Gabriel da Cachoeira também compõem a diretoria da associação.
Sobre a associação
A associação amazonense de parteiras começou a nascer em junho de 2018, durante o 13º Congresso Internacional da Rede Unida, também realizado em Manaus. Com o registro oficial, as parteiras do estado terão uma representação como entidade civil organizada, fortalecendo a luta pela valorização das práticas tradicionais e populares da categoria.
Além do apoio do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a Associação de Parteiras Tradicionais do Estado do Amazonas também recebe o incentivo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Ministério da Saúde.
Fonte – Mamirauá
Foto – Divulgação