O 9º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, realizado nesta semana, abriu espaço para os cafés das Denominações de Origem brasileiras. Durante o evento, que aconteceu de forma híbrida, em São Paulo, o público participante apreciou os produtos no espaço Sebrae. O local ofereceu a degustação dos cafés da Mantiqueira de Minas, Caparaó, Montanhas do Espírito Santo e da Região do Cerrado Mineiro. Todos possuem o registro de IG na espécie de Denominação Geográfica (DO), que foram reconhecidas com o apoio do Sebrae.
A analista de Inovação do Sebrae, Hulda Giesbrecht, destaca que é muito importante que as pessoas conheçam as Indicações Geográficas dos cafés brasileiros. Segundo ela, o processo de estruturação das IG permite que os pequenos produtores inovem na gestão da produção, no controle e na gestão da Indicação Geográfica.
“O consumidor brasileiro, às vezes, desconhece os produtos das Indicações Geográficas, mas conhece os de outros países, como o café da Colômbia, que é reconhecido mundialmente. A estruturação das IG, em si, é uma inovação de gestão e nós, do Sebrae, atuamos para que os pequenos produtores alcancem esse registro tão significativo para agregar valor aos produtos e competitividade no mercado”, analisou.
Valorização
Para o produtor de café da Mantiqueira de Minas e presidente da Associação dos Produtores de Café da Mantiqueira (Aprocam), Alessandro Hervaz, a participação em feiras e eventos é muito importante para que os consumidores compreendam o que é uma Indicação Geográfica. “Se o consumidor não entender o que que é, ele não vai valorizar. E, se ele não valorizar, o produtor não vai conseguir agregar valor”, comentou. A região da Mantiqueira de Minas tem tradição secular na cafeicultura do Brasil. É composta por 25 municípios, com mais de 8 mil produtores, sendo 82% de pequeno porte.
O técnico agrícola e filho de produtor de café da Denominação de Origem Montanhas do Espírito Santo, Rodrigo Dias, também participou do congresso. A região compreende 16 municípios do centro-oeste serrano e responde por 46% da produção de café arábica do Espírito Santo, gerando em torno de 2,4 milhões de sacas ao ano, sendo 350 mil sacas de café especiais. Ele acredita que o produtor de café especial já é um profissional que busca inovação.
“Desde cedo, você sai do modo tradicional de colher café, de jogar no chão e deixar secar o café naturalmente. No nosso caso, a região produz 90% de café descascado. Então, isso já traz uma inovação, que é do final da década de 90, quando criamos essa tecnologia para descascar o café e permitir uma qualidade maior, uma vez que na nossa região o clima de colheita é muito úmido e frio”, contou.
Sobre o Sebrae 50+50
Em 2022, o Sebrae celebra 50 anos de existência, com atividades em torno do tema “Criar o futuro é fazer história”. Denominado Projeto Sebrae 50+50, a iniciativa enfatiza os três pilares de atuação da instituição: promover a cultura empreendedora, aprimorar a gestão empresarial e desenvolver um ambiente de negócios saudável e inovador para os pequenos negócios no Brasil. Passado, presente e futuro estão em foco, mostrando a evolução desde a fundação em 1972 até os dias de hoje, com um olhar também para os novos desafios que virão para o empreendedorismo no país.
Fonte – Sebrae
Foto – Divulgação