Empreendedores do setor de orgânicos trabalham de forma associada, investem em produtos como frutas e hortaliças, a maioria põe a mão na terra, tem um faturamento anual de até R$ 360 mil e comercializam o produto diretamente com o consumidor ou em feiras orgânicas. Essas são algumas das conclusões da pesquisa inédita realizada pelo Sebrae. A pesquisa utilizou a plataforma Survey Monkey para realizar 1.142 entrevistas, entre 16 de abril e 16 de maio, com produtores dos 26 estados brasileiros.
Entre os dados apresentados, 63% responderam que trabalham exclusivamente com orgânicos, 80% possuem algum mecanismo de controle da produção orgânica e 72% fazem gestão contábil eletronicamente. 72% afirmaram que trabalham com frutas e 64%, hortaliças; 69% informaram que são ligados a alguma associação, sendo que o Sebrae figura entre as instituições mais citadas.
Entre os gargalos apontados, os insumos apropriados para a produção orgânica foram o principal. “O insumo é um ponto importante da produção. Ainda há uma carência muito grande de diversidade e quantidade de produtos disponíveis no mercado”, explica Luiz Rebelatto, responsável pelo estudo e coordenador de Agroecologia e Produção Orgânica do Sebrae. A comercialização também foi citada como uma dificuldade, pelos produtores. Por isso, a diversificação dos canais de comercialização é fundamental, indo da venda direta, feiras orgânicas até lojas, empórios e supermercados.
A produção e o consumo de produtos orgânicos têm crescido sobremaneira no Brasil e no mundo. O mercado mundial fatura 80 bilhões de dólares o nacional, cerca de 3 bilhões de reais por ano.
A grande maioria 69% dos produtores está organizado em associações ou cooperativas e os canais mais utilizados, são as vendas diretas ao consumidor (72%) e as feiras livres (55%).
Segundo Rebelatto, à medida que a cadeia produtiva se estruturar, com o auxílio de mais pesquisas, uma melhor assistência técnica, mais produtores produzindo em quantidade e diversidade, avanços nas estruturas de logísticas de distribuição e comercialização, a tendência é que essas dificuldades apontadas pelos produtores de orgânicos sejam atenuadas, à semelhança do que acontece com a produção convencional de alimentos.
Fonte – Sebrae
Foto – Divulgação