A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por intermédio do Centro de Sementes Nativas do Amazonas (CSNAM), laboratório vinculado ao Departamento de Engenharia Florestal e em funcionamento desde 2010, irá criar o Banco de Sementes da Amazônia. O projeto tem o objetivo de atender ao restauro florestal demandante no bioma amazônico por meio da produção de sementes florestais de qualidade para diversos fins ambientais.
Para impulsionar os trabalhos, nesta quinta-feira, 28, às 18h30, no stand do Instituto Piatam, durante a Feira de Sustentabilidade do Polo Industrial de Manaus (FesPIM), será lançada a campanha crowdfunding “Banco de Sementes da Amazônia: Investindo no banco da vida”.
Pelo uso captação de recursos do crowdfunding, o CSNAM pretende obter o montante de dois milhões de reais para investir em reforma estrutural do prédio atual, aquisição de tecnologia de aperfeiçoamento das pesquisas em sementes florestais, elaboração de subsídios para a organização da cadeia produtiva de sementes florestais na Amazônia e, finalmente, desenvolvimento de um mecanismo de negócio que impulsione economicamente o setor florestal e fundamente uma estratégia financeira capaz de fomentar o restauro desses biomas e o seu monitoramento.
Nessa perspectiva, o processo será fortalecido pelos laços de proximidade entre os interessados no restauro florestal serão estimulados por meio do uso de uma ferramenta de tecnologia Peer to Peer (PtoP). O mecanismo subsidia a arrecadação de recursos financeiros nos moldes dos mecanismos de troca do mercado colaborativo, na Economia circular. Esses recursos é que darão sustentabilidade financeira ao funcionamento do projeto.
Em termos de capacidade, é possível disponibilizar material respeitando os critérios de qualidade, sanidade, vigor e eficiência das diferentes espécies florestais da Amazônia. Tudo isso será feito no intuito de suprir a demanda apontada para a Amazônia até 2030, considerando o segmento de atuação do Banco de Sementes.
Benefícios
Segundo o projeto, a vantagem socioambiental está em favorecer aos cidadãos da floresta a oportunidade de profissionalizar as atividades de coleta e beneficiamento de sementes, além de oportunizar a responsabilidade na proteção das árvores matrizes. Para isso haverá capacitação para a coleta/beneficiamento e instalação das Áreas de Coleta de Sementes.
“Isso promoverá um impacto social pelo envolvimento direto/indireto de mais de 300 pessoas, impacto ambiental positivo por favorecer a produção anual de 3 milhões de sementes e um restauro florestal em 2.500 hectares; além do impacto econômico por impulsionar uma receita de até 19 milhões de reais”, esclarecem os idealizadores da iniciativa, professor Manuel de Jesus Lima Júnior e Laerte Nogueira.
A proposta conduz ao estabelecimento de procedimentos técnicos voltados para a organização das etapas da cadeia produtiva de sementes florestais, com o mapeamento de unidades produtivas, a formação de coletores, a instalação de áreas de coleta de sementes, o aperfeiçoamento das análises com espécies nativas (em especial as recalcitrantes), a formação técnica/tecnológica, a prestação de serviços florestais, além do estreitamento de laços com os produtores de mudas e responsáveis por plantios. “Um cenário promissor para contribuir na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas”, argumentam os coordenadores.
Parcerias
Além das Instituições que integram a elaboração deste Projeto, que são Universidade Federal do Amazonas [DCF/FCA/Ufam], Instituto Avaliação [IA-DF], Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia [Inpa/MCTI] e Instituto PIATAM, a proposta é impulsionar a convergência institucional para fortalecer a promoção e o crescimento da iniciativa.
Fonte – Ufam
Foto – Divulgação




