O Centro de Estudos da Metrópole (CEM) da Universidade de São Paulo lançou recentemente duas bases de dados georreferenciadas que abordam as bacias hidrográficas brasileiras, um tema que se torna ainda mais relevante em tempos de mudanças climáticas, evidenciadas pela falta ou excesso de chuvas nos últimos meses.
José Donizete Cazzolato, geógrafo e pesquisador da área de Transferência do CEM, explicou que o foco principal do centro é a disseminação de conhecimento para agências e órgãos de planejamento de políticas públicas. “Nós fizemos essa adaptação que seria para facilitar a análise dos dados socioeconômicos de cada bacia”, afirma ele durante a entrevista.
As novas bases de dados oferecem uma visão abrangente das bacias hidrográficas, permitindo que pesquisadores e instituições realizem correlações e estudos nos diferentes municípios que as compõem. A metodologia utilizada não se limita a seguir os limites naturais das bacias, mas considera os contornos dos municípios, o que facilita a análise de questões sociais e geográficas.
Estrutura das bases de dados
As duas bases de dados são divididas em diferentes níveis de bacias. A primeira base inclui as grandes bacias de nível um, como a Amazônica, São Francisco e do Paraná, enquanto a segunda permite uma análise detalhada de bacias de nível dois, como os rios Tietê e Paranapanema. “O nosso trabalho está mais voltado para aqueles pesquisadores ou aquelas instituições que pretendem fazer correlações e fazer estudos nos diferentes municípios que compõem cada bacia hidrográfica. Os limites de bacias hidrográficas que nós fornecemos no nosso acervo, na verdade, não seguem exatamente os divisores das bacias, mas sim os territórios municipais”, diz Cazzolato.
O pesquisador ressaltou a complexidade das bacias hidrográficas no Brasil, que varia desde grandes rios, como o Amazonas e o São Francisco, até pequenos córregos que podem não aparecer em mapas convencionais. A divisão proposta pelo CEM considera a riqueza e diversidade hídrica do País, permitindo uma abordagem mais precisa nas pesquisas.
Os interessados em acessar essas bases de dados podem fazê-lo através do site do Centro de Estudos da Metrópole. Cazzolato destaca que essa iniciativa não só amplia o acesso ao conhecimento, mas também incentiva novas pesquisas e a formulação de políticas públicas mais eficazes.
Fonte – USP
Foto – Divulgação