A poluição por plásticos é considerada um dos maiores problemas ambientais decorrentes das atividades humanas. Grande parte do plástico produzido é descartada em ambientes naturais, o que é frequentemente observado nos rios amazônicos.
Durante viagens em barcos de linha regionais, entre Manaus e cidades do interior, ou em embarcações menores no interior do Estado do Amazonas, é comum que quase todo o lixo gerado por tripulantes e passageiros seja lançado diretamente nas águas — seja ao longo do percurso, seja pouco antes da chegada aos portos. Esse problema torna-se ainda mais evidente durante os períodos de seca, quando excesso de lixo, especialmente plásticos, ficam expostas nas praias ou acumuladas em áreas onde as correntes concentram materiais flutuantes, como junto à vegetação aquática.
Nos últimos anos, a preocupação com a poluição plástica aumentou devido à presença de partículas microscópicas no ambiente natural: os microplásticos. Esses fragmentos representam um dos maiores desafios para a conservação dos ecossistemas aquáticos, afetando não apenas o meio ambiente, mas também os animais que habitam esses nichos ecológicos.
Além disso, os plásticos liberam substâncias tóxicas, como ftalatos e bisfenol A, e têm a capacidade de absorver poluentes presentes no ambiente, como metais pesados. Esses contaminantes entram na cadeia alimentar e podem afetar predadores de níveis tróficos superiores — incluindo os seres humanos.
A principal via de exposição dos animais aos microplásticos é a ingestão direta ou o contato com estruturas respiratórias. Estudos científicos já comprovaram a presença dessas partículas no trato digestivo de diversas de animais, o que pode causar obstruções, sensação falsa de saciedade, desnutrição, debilitação e até a morte.
Diante desse cenário, é fundamental impedir que esses poluentes continuem se acumulando no meio ambiente, seja aquático ou terrestre. A adoção de políticas públicas eficazes, ações de educação ambiental e o fortalecimento da gestão de resíduos sólidos são medidas urgentes para preservar a biodiversidade amazônica e a saúde das populações humanas que dela dependem.
Vamos cuidar do meio ambiente, e assim, contribuir para o bem-estar dos nossos animais.
Marcia Seixas de Castro Bader, Doutora em Biotecnologia (UFAM), mestre em Biotecnologia e Produtos Naturais (UEA), Médica Veterinária e coordenadora do curso de Medicina Veterinária na Faculdade Martha Falcão – WYDEN.
Fonte – Ascom
Foto – EBC




